Concorrência desleal com ilegais faz revendedoras legalizadas reduzirem lucro
Eles realizaram campanhas contra a clandestinidade e protestaram em frente às distribuidoras de gás que estariam favorecendo as revendas ilegais. Agora, os revendedores autorizados de gás de cozinha adotaram uma nova estratégia para não ter que fechar as portas diante de uma concorrência desleal, que não paga impostos e nem se preocupa com as normas de segurança impostas para esse tipo de serviço. Neste caso, o consumidor saiu ganhando.
Alguns pontos de comercialização regularizados estão baixando os preços como forma de atrair a clientela. No início do ano, um botijão de 13 kg custava, em média, R$ 41,00. Em maio, quando houve aumento geral do produto, o valor cobrado chegou a R$ 45,00, mas, atualmente, custa em média entre R$ 40,00 e R$ 38,00, conforme estimativa do Sindicato das Empresas Revendedoras de Gás Liquefeito (Sergap).
Em alguns locais onde o botijão chegou a custar R$ 45,00, é possível encontrar o mesmo produto por R$ 33,00 – ou R$ 36,00 nas entregas em domicílio. A medida gerou resultados. "Foi de imediato. A gente já viu o reflexo", conta Alexandro Duarte Souza, que é sócio, com o irmão, de quatro pontos de venda. Segundo o empresário, a clandestinidade forçou os comerciantes legalizados a tomar esse tipo de atitude. "Tem muitos (clandestinos). Eles parecem ‘formiguinhas’", diz. Alexandro revela que, com a mudança, passou a faturar, por botijão, uma média de R$ 7,00. "O ideal seria R$ 12,00, porque nós temos muitos custos com impostos, pagamento de funcionários, equipamentos. Só uma moto fazer entrega custa R$ 17 mil", observa o revendedor, que em apenas um posto de comercialização possui cerca de 15 trabalhadores.
Paulo Soler, presidente do Sindicato das Empresas Revendedoras de Gás Liquefeito, explica que a categoria chegou a reajustar o preço do produto em maio por conta do aumento dos impostos cobrados aos empresários do setor, da mão de obra – pois era a data-base dos trabalhadores do ramo – e dos insumos necessários para manutenção do estabelecimento comercial. Porém, a concorrência clandestina fez com que esse aumento não demorasse muito. "Houve uma retração. A categoria está sendo extremamente prejudicada e vai haver demissão em massa. Houve uma redução drástica (no preço). O clandestino consegue vender mais barato porque não paga imposto. A gente paga um custo pela legalidade, enquanto eles não pagam nada. Estamos cansados os órgãos de fiscalização, que não fiscalizam esse tipo de coisa. É muito difícil você trabalhar na legalidade com a informalidade presente", reclama. De acordo com ele, existem cerca de 600 revendas legalizadas de gás de cozinha na Região Metropolitana de Belém, contra mais de dois mil pontos ilegais.
Enquanto empresários lamentam, clientes comemoram a mudança. "Eu notei que ficou mais barato. Antes, eu comprava em outro lugar a R$ 45,00 e hoje lá está R$ 40,00. Aqui (uma revenda na Angustura) está R$ 36,00 para que eles deixem em casa. Foi bom para o consumidor. Eu nunca compro em clandestino", revela.
(Portal ORM)
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