Tubarão fecal

No filme de Steven Spielberg, o prefeito do local onde um tubarão gigante ameaça devorar banhistas procura ocultar a presença do animal, pois é época da afluência de turistas, logo, de faturamento. Imprevidente, o prefeito libera o banho na praia contra a opinião do chefe da polícia, de um oceanógrafo e de um caçador de tubarões. O resultado foi um autêntico banquete e desfile de pernas e braços amputados, muito sangue, muito terror.

Felizmente, nesse caso, estamos apenas no terreno da ficção e, fora o medo difundido e um pueril alerta, não houve maiores consequências a não ser o aumento estratosférico da conta bancária daquele cineasta, mais cultuado do que devia, dada a qualidade discutível da quase totalidade dos filmes que realizou.

Na dura realidade, o "bondoso" D. Costa liberou o banho nas praias do Cruzeiro e do Amor-Icoaraci e Outeiro- mesmo tendo sido constatada a presença do triplo de coliformes fecais dantanho, que já era elevado e desaconselhava mergulhar naquelas águas(?), quanto mais agora. Preocupado apenas com o custo das placas que afixou nos locais desaconselhando o banho, como se essa ordinária medida fosse campanha educativa, liberou o banho lixando-se para as consequências à saúde das pessoas. Como seu similar do cinema em calhordice e cargo, está mais preocupado em atender demagogicamente o desejo mais imediato do povão que frequenta aquelas duas praias, seja para o lazer seja para faturar, afinal, 2012 está aí e qualquer medida antipática pode significar prejuízos eleitorais a um eventual candidato apoiado por ele.

Quanto aos eventuais estragos provocados pelo tubarão de merda, parece que D. Costa vê isso apenas como mero detalhe. Credo!