Diário de um educador na PMA?

A candidatura do prof. Luís Cavalcante à prefeitura de Ananindeua, ou melhor, candidatura à candidatura, pois ainda teremos escolha em Encontro Municipal e Convenção Partidária, pode significar uma guinada ao oposto do que é agora, tirando o PT da postura resignada de linha auxiliar do barbalhismo no segundo maior colégio eleitoral do Estado.

Conheci Cavalcante quando trabalhava no gabinete do então vereador de Belém, Humberto Cunha, e ele militava na FEPEP, vivíamos ainda sob o entulho autoritário de 64 e servidores públicos eram proibidos de sindicalizar-se. Acompanhei sua eleição à Câmara Municipal de Ananindeua e sua luta contra o isolamento, tanto partidário quanto político na medida em que não compactuava com a situação de "ação entre amigos", típica do modus operandi da época, por sinal, pouco diferente do que observamos hoje, dado o estilo populista do atual alcaide e a enervante postura petista do "deixa pra lá", que aproxima esses dois períodos não tão distantes entre si.

Hoje Cavalcante faz parte do campo majoritário e isto pode ajudar bastante dentro do rito de escolha, já que se trata de alguém que inspira credibilidade em todos os segmentos partidários. Pactuada a escolha do candidato majoritário, tudo será mais fácil na escolha da tática eleitoral, afinal, a unção de um nome equidistante da ratio atual permitirá o engajamento geral na construção do que fazer petista, bem como representará que todos, inclusive o campo majoritário, entendem que a postura subalterna de hoje deve ser abandonada, em troca da reconstrução de nossa identidade própria. Espero que dê certo. E que ocorra conforme conjecturei acima, indisfarçadamente satisfeito com a perspectiva que talvez mais seja meu desejo do que a realidade apresenta. Não faz mal: no PT sempre quando um sonho individual torna-se coletivo acabamos por construir uma primavera. A hora é agora!