Palocci e os tucanos

Estapafúrdia, para um petista. É o mínimo que se pode dizer da explicação do Chefe da Casa Civil da Presidência da República, Antonio Palocci, às acusações de subida vertiginosa de seu patrimônio em tão curto espaço de tempo.

O PT passou todas as três décadas de sua existência defendendo algum tipo de quarentena para quem saía de uma pasta importante do governo, como é a Fazenda, e fosse ganhar dinheiro fácil repassando informações privilegiadas de Estado ao mercado financeiro, inclusive citando os maus exemplos de Persio Arida, André Lara Rezende, Pedro Malan e Maílson da Nóbrega; e vem Palocci recorrendo aos nada edificantes exemplos dos quatro citados para justificar a correção ética das consultorias que prestou.

Legalmente, não há crime algum cometido pelo atual chefe da Casa Civil, mas que ele prestou um inestimável serviço aos que defendem a incolumidade dessas relações perigosas entre governo e especulação, disso não resta nenhuma sombra de dúvida. Sem mais delongas, que a direção nacional do Partido dos Trabalhadores emita uma nota oficial comunicando que não comunga do pensamento do ministro, bem como que ainda defende postura oposta à manifestada pelo ministro em situações dessa natureza.