De mártires, farsas e expiações

O líder do PSDB na Câmara Federal, dep. Duarte Nogueira(SP) colhe assinaturas para abrir a CPI do Palocci. Certamente, mais que apurar algo muito grave e recorrente no estado brasileiro, a "venda " de informações privilegiadas por parte de quem esteve dentro da máquina governamental no mercado, a intenção, pior, obsessão tucana é o apeamento do governo petista através dos métodos herdados de seus ancestrais udenistas: o discurso moralista, seguido do Golpe de Estado.

Tudo leva a crer, que, mais uma vez, o tiro sairá pela culatra na medida em que não se sustenta uma investigação de fatos tão graves centrados apenas no último a proceder dessa forma. Basta lembrar a quem Palocci citou como seus inspiradores, que não podem ficar de fora de um processo dessa natureza.

E a coisa pode ficar ainda mais caliente, caso a futura CPI abrace as sugestões dadas pelo deputado Protógenes Queiroz(PCdoB-SP), de que se investigue igualmente que papeis desempenharam Fernando Henrique Cardoso(Presidente da República) e José Serra(Ministro do Planejamento) a quando das sórdidas tratativas(gravadas) para favorecimento de determinados grupos a quando da privataria do nosso sistema de telefonia, confessadamente operado no limite da irresponsabilidade. De resto, exemplo mais acintoso do uso degenerado da função pública gerando favorecimento privado.

Evidente que Duarte Nogueira não pensa em ir tão longe, pois sua pantomima visa apenas fornecer material para que o jornalixo praticado pelo PIG resgate seu tom oposicionista, perdido desde a última derrota de Serra. Vai ser duro, pra não dizer inglório, tal resgate. Especialmente nesse momento em que a oposição desmancha-se no ar e deteriora-se ao relento do poder central. Estão chegando naquela fase crítica em que, ao comprarem um circo, assistem desolados como primeiro resultado o crescimento do anão.