Não sei se foi coincidência o Vaticano marcar para o Dia do Trabalho a beatificação do polonês Karol Woitjla, que exerceu o papado como João Paulo II e foi o responsável pela maior guinada dada pela igreja católica à direita. Destroçou as comunidades eclesiais de base e organizações assemelhadas; excomungou religiosos como Leonardo Boff e fez o sucessor à sua imagem e semelhança, o ex-membro da Juventude Nazista, Joseph Ratzinger, hoje Papa Bento XVI.
Karol teve grande influência política em seu país, com sua atuação escancarada em favor da ascensão ao poder de Lech Walessa, ex-presidente do Sindicato Solidariedade e retratado pelo establishment europeu como autêntico herói da redemocratização da Polônia, conforme perfil traçado por Andrej Wajda, o cineasta polonês que fez um filme cujo título era Danton, mas que tinha pouco a ver com aquele líder da revolução francesa, era muito mais propaganda do pelego que dirigia o Solidariedade sob os aplausos dos governantes europeus, miss Tatcher à frente.
Tanto Karol quanto Ratzinger foram e são completamente alheios aos sofrimentos verificados na África, bem como em relação ao que se passa no Oriente Médio e norte da África, assim como sempre fizeram manifestações cosméticas a respeito do sofrimento das populações das Américas. Neste caso, até chegaram a manifestar-se em apoio discreto a partidos da centro-direita contra os mais à esquerda, mesmo sabendo que estes estão a gozar da preferência do eleitorado de seus países. Mas, para esses casos, faz-se ouvidos moucos a vox populi. Faz todo o sentido.
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