O artigo de Delfim Netto, publicado na Carta Capital desta semana ilumina o debate a respeito da construção da hidrelétrica de Belo Monte, por expor aspectos pouco nobres dos própositos de alguns dos atores que emitem posição contrária.
Escreve Delfim, "Desde algum tempo tenho procurado mostrar que a água(mais que ouro, minérios ou petróleo) é o que preocupa e motiva o enorme esforço de marketing promovido por ONGs de várias partes do mundo com o objetivo de provar que os brasileiros são incapazes de:1.Proteger o meio ambiente, especialmente na região Amazônica. 2. Respeitar as populações indígenas, idem. 3. Realizar o desenvolvimento "sustentado", alguma coisa com diferentes significados no Brasil, na China e nos EUA. São meros pretextos. Apesar de gastos, funcionam...
A conclusão, óbvia, é que a Amazônia precisa ser internacionalizada para evitar que utilizemos os cursos de água daquela bacia hidrográfica para produzir energia e proporcionar o desenvolvimento daquela região em nosso benefício exclusivo. Então, pra começar, é urgente impedir a construção das hidrelétricas, enviando seguidas delegações de notáveis que se prestem a fazer o ridículo papel de defensores de etnias das quais mal conhecem a designação correta e certamente desconhecem a localização das aldeias(alguns acreditam que se trata de remanescentes de tribos aztecas...)".
Paralelo a isso, o consumo de energia cresce no Brasil a uma taxa de 5% ao ano, principalmente em áreas anteriormente à margem desse consumo, agora beneficiadas pelo programa Luz Pra Todos. E não há energia mais limpa do que a gerada por hidrelétrica que atenda uma demanda dessa monta.
Vale ressaltar que, países de onde vem muitas dessas delegações, aproveitam seu potencial hidrelétrico na plenitude dos seus 100%, enquanto o Brasil tem ainda 60% a explorar, daí ser urgente que se enfrente a questão o quanto antes na medida em que precisamos consolidar uma matriz que menos danos traga ao meio ambiente.
E tudo leva a crer que a causadora do menor impacto ainda é a gerada por hidrelétrica. Segundo o professor Ivan Camargo, da Universidade de Brasília(UNB), a título de exemplo, o desmatamento médio na Amazônia atinge os vinte mil quilômetros quadrados ao ano; enquanto o lago de Belo Monte terá um tamanho de quinhentos quilômetros quadrados, isto é, menos de um dia do desmatamento verificado.
Resultado das mais de duas dezenas de audiências públicas, essa redução da área alagada é parte integrante das condicionantes pactuadas entre governo, sociedade civil, Ministério Público Federal e responsáveis pela construção da obra, assim como representa um ganho às comunidades atingidas a disponibilização de R$3 bilhões para repara danos dos impactos causados. A essa altura do campeonato, parece ser o mais correto garantir todas essas conquistas. Inclusive a geração de energia limpa que nos livre do risco do apagão energético que experimentamos em 2001, com as catastróficas consequências que ainda estão em nossa memória.
6 comentários:
Viraste fã do Delfim, hein. Quem diria, né Jorge. A direita do PT aplaude a direita da Arena/PDS. Delfim é ícone do PT e da Carta Capital. Vivendo e aprendendo, Jorge. Égua!!!
Prezado Jorge: Bom dia. Gostaria de me identificar, mas sou servidor público federal e impedido de fazer críticas como esta. Leio diariamente seu blog. Você é uma pessoa correta, inteligente e competente. Parabéns. Existem assuntos que a gente sente nojo quando os lê, ou pelo tema ou pelas pessoas citadas, que é este caso que lhe informo agora. O sítio “O Paraense” traz hoje uma nota-denúncia do senador flexa punguista ribeiro, acusando o governo da Presidenta Dilma Roussef por crime de uso da máquina estatal para fins partidários. A notícia está na página a seguir:
http://www.oparaense.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1230:flexa-ribeiro-denuncia-site-oficial&catid=3:brasil&Itemid=5. Se tiver tempo leia a nota completa, por favor. Eu pergunto: Que moral tem esse senador flexa punguista ribeiro de acusar, levianamente, o atual governo. Acho que devemos solicitar ao STF informações sobre os processos que ele responde por corrupção e formação de quadrilha. Está na pauta de julgamentos há mais de um mês e o STF não julga. O punguista diz em Brasília que é amigo do Sarney e não vai “pegar nada” com ele. Vamos enviar um e-mail à Presidenta Dilma, para que ela tome conhecimento da denúncia. Um grande abraço.
ET: Desculpe-me por tratar de assunto diverso de sua nota.
Jumento das 11:47. A Carta Capital é uma revista digna e o Delfim tem, reiteradamente rasgado elogios ao Lula, portanto, não fomos nós que mudamos mas o Delfim que voltou às origens. Quem dera que não fosses o asno que és, para perceberes isso.
Jorge...
Vindo da terrinha (Belém) e morando por estas bandas desde 2001, me aventuro a concordar com o velho Delfin. Primeiro, pq as ONGs que tanto cobram diálogo e acusam o governo de já ter essa hidrelétrica como "carta marcada", essas mesmas ONGs estão na luta contra a implantação do empreendimento desde 1989.
Acredito q a luta foi válida, pq o projeto foi revisto, atualizado e sim discutido com a sociedade que queria discutir o projeto. Agora com quem tentou fazer baderna nas audiências públicas e não respeitou as pessoas que queriam ouvir e serem ouvidas é claro que não há diálogo.
Moro aqui e posso te afirmar q a luta dos movimentos sociais dessa região foi fundamental para que o projeto não fosse implantado "nas coxas" como queriam os militares e o FHC. Mas acusar o ex-presidente Lula e agora a Presidenta Dilma de não conversar com a comunidade é irracional.
Há sim um ótimo nível de diálogo com a sociedade em geral aqui na região (empresários, prefeitos associações de bairro, comunidades rurais). O problema é q essas pessoas são escondidas da grande mídia, e os tais que se intitulam representantes dos povos da região (dos Índios e dos Ribeirinhos) se aproveitam da grande cobertura que o PIG (partido da imprensa golpista) faz deles para denegrir a imagem da Presidenta Dilma, ou no mínimo para compará-la como uma pessoa "durona" que quer implementar essas obrasa qualquer custo.
Assim não dá pra aturar esses caras.
O Delfim que mudou de lado?! Santa Maria de Belém! Foi Lula, junto a Edson Lobão, que também era intusiasta apoiador da Ditadura e Arena, que retirou esse famigerado projeto de Belo Monstro dos porões do autoritarismo e que enfiar goela abaixo dos povos da Amazônia e do Pará.
Quem mudou de lado nessa história? O ex-ministro da Fazenda, o que disse cinicamente "deixar o bolo crescer para depois distribuir" é o mesmo se manteve onde sempre esteve: no fascismo, sempre muito bem expresso nas imundícies que ele brada, mas do PT e de Lula não podemos dizer o mesmo. O PT q sempre foi contra esses insanos "grandes projetos na Amazônia" hoje é que os desingaveta. E p q? Porue se tranformou em um partido da ordem burguesa, apenas mais um controlados da chave dos cofres, que como sabemos, continuam tendo como dono a burguesia.
Mas resitiremos, estaremos sempre prontos para desfazer todo esse rosário de mentiras e abrobrinhas ridículas como as elencadas pelo porco fascista Delfim Neto em seu pobre e burro artigo na Carta.
Que de tão pobres e indecentes ñ vale a pena comentar!
Muito obrigado, caro Chico. seu comentário é perfeito e responde ao Benedito.
Quero apenas aproveitar o ensejo para pedir desculpas pelo atraso na publicação dos comentários, mais "pelas trapaças da sorte" que a internet nos prega do que por desleixo.
Abs
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