Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Os Intocáveis

Eis a carta que a jornalista e blogueira Ana Célia Pinheiro mandou à juiza que a censurou, por sinal, contando com a omissão daqueles furibundos que deram tiro no pé a quando da encenação do Mentes, como se este tivesse sido vítima de perseguição política.
"Ilustríssima cidadã Danielle de Cássia Silveira Burnheim, juíza substituta da 1 Vara do Juizado Especial Cível:


A senhora me perdoe a franqueza, mas essa sua decisão é uma afronta impressionante à Constituição Federal, que a senhora, em verdade, deveria defender.


Em mais de 30 anos de Jornalismo, poucas vezes vi algo tão chocante quanto o mandado que a senhora cometeu.


E a sua violência, douta magistrada, não atinge apenas a mim, não. Atinge é toda a sociedade brasileira e até o próprio Estado Democrático de Direito.


Na sua triste, infeliz decisão, a senhora não busca apenas me condenar antecipadamente: a senhora tenta, simplesmente, me amordaçar.


A senhora por acaso imagina que a Lei não impõe limites a sua atuação, douta magistrada?


A senhora acha mesmo que pode amordaçar um cidadão, espancar a liberdade de expressão – e permanecer impune?


Ontem mesmo o nosso STF deu uma extraordinária demonstração de coragem, ao defender a nossa Constituição, com o AMOR que todos os cidadãos deveriam demonstrar.


E a senhora vem agora violentar essa mesmíssima Constituição, com um mandado que mais parece produzido dos porões da ditadura militar?


A senhora abusa do seu poder, douta magistrada. A senhora abusa da confiança que lhe foi depositada pela sociedade paraense.


E tenha certeza de uma coisa: vou levar ao conhecimento do CNJ, do órgão de controle da Magistratura, o seu comportamento.


E não só o seu comportamento, não: vou levar ao CNJ a IMORALIDADE, a PROMISCUIDADE, que a senhora, apesar de paga com o dinheiro dos cidadãos, tenta evitar que a sociedade tome conhecimento.


Vou ao Supremo, douta magistrada, se preciso for, para defender a Constituição que eu amo e que a senhora, vergonhosamente, pisoteia.


Condene-me, se quiser. Como milhões de cidadãos brasileiros, não tenho nada mesmo.


Faça-me prestar serviços à comunidade e eu considerarei isso uma bênção, eis que já faço isso todo santo dia – e de graça! – ao denunciar maracutaias com o dinheiro público e defender a liberdade de informação.


Cale-me, se puder: se a Lei Maior, o STF, o CNJ e a sociedade o permitirem.


E procure se atualizar, douta magistrada: nós não vivemos na Idade Média. E muito menos num senzalão."

3 comentários:

Anônimo disse...

Caro Blogueiro é de tamanha tristeza que vejo a nossa justiça paraora se enlamear e dar vazão ao imponderável. É bom alertar aos doutos, que quando um assunto cai na rede, não tem mais volta. Pobre juíza, que não tem poder do discernimento entre o que é pubico e privado. Quando uma prova é provada, não tem mais volta. A rede mundial, da qual os blogueiros fazem parte se incumbem de desmistificar e fortalecer a democracia. Essa notícia corre agora o país, para empobrecer a justiça de uma vez. Que vergonha para o povo paraense ter alguns juízes desse quilate, que tentam barrar a informação. Nem aqui na China se consegue mais. Ao futuro, que o século XXI dure mais e leve pensamentos atrasados do século XX, para o além do passado. Vade retro.

Na Ilharga disse...

E viva a blogsfera! Ainda que de modo chacriniano, comporta todos os pitacos e incomoda aos Torquemadas fora de hora.

Anônimo disse...

Na Ilharga, essa Ana Célia é porreta mesmo. Corajosa de enfrentar o autoritarismo de uma juíza arrogante.