Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Quebrando o velho espelho

Digno de elogios o artigo do professor Luís Gonzaga Beluzzo, na revista Carta Capital desta semana, a respeito da tragédia ocorrida no Arizona(EUA), quando um celerado sabidamente desequilibrado comprou uma arma como se comprasse frutas e disparou contra várias pessoas, matando umas(inclusive um juiz federal) e ferindo outras tantas(uma deputada federal) no estacionamento de um shopping center, deveria merecer da nossa mídia uma atenção bem maior do que a até aqui dispensada na medida em que, vira e mexe, essa mídia tupiniquim invoca o exemplo estadunidense para entoar vagas loas à liberdade de expressão nos termos vigentes na terra do Tio Sam.
Os antecedentes do assassino estão intimamente relacionados com a atuação nazifascista de um movimento direitista(Tea Party), por sinal, merecedor de amplo espaço midiático em veículos como a Fox News para pregar o assassinato da mais alta autoridade do país, presidente Barack Obama, entre outros que não agradam esse infame movimento, que se vale dessa liberdade para expor sem limites ódios históricos que ainda assombram aquele país e, infelizmente, dão plena razão a Noam Chomsky, quando diz que os Estados Unidos odeiam a democracia.
Aliás, nem podemos dizer que se trata de fenômeno recente, embora tenha sido retomado com mais vigor a partir da política externa de Bush Jr. No entanto, em artigo que dá bem a noção do nível da intolerância retomada naquele país, publicado na semana passada, o filho do ex-senador Bob Kennedy(assassinado provavelmente a mando de fanáticos direitistas), referindo-se ao assassinato do tio, ex-presidente John Kennedy, diz que quando a notícia do assassinato do presidente da República dos EUA chegou a uma escola primária do Texas foi recebida com aplausos pelos alunos.
É esse clima que recrudesce, principalmente em estados da região sul dos EUA e que está a precisar de nossa imprensa abordagem verdadeiramente humanitária, em vez de passar a mão na cabeça de delinquentes. Caso contrário, corremos o risco de contaminação, por incitações criminosas,mas travestidas de políticas, que possam levar à prática semelhantes de ódio e preconceito, conforme verificamos na última eleição presidencial, quando jovens pregaram abertamente morte para nordestinos, que teriam obedecido o comando de Lula e elegido a candidata deste, contra um paulista de roupagem quatrocentona; ou no dia da posse de Dilma Rousseff, quando outra leva desses infelizes clamou por um atirador de elite que assassinasse a presidenta que estava sendo empossada.
Ao desperdiçar oportunidades dessa natureza para resgatar a credibilidade perdida, preferindo priorizar tema menores como a briga entre PT e PMDB por cargos, lamentavelmente, nossa mídia mostra como pensa pequeno. E, pior, acha que esse deve ser o limite da sociedade brasileira. Triste!

Um comentário:

Waldemar Azevedo disse...

A nossa elite reacionária, sublaterna e separatista tem um historico de genocída é só lembrar que na Historia do Pará durante a Cabanagem, é estimado que mais de 50% da população de homens acima de 16 anos foram assasinados, genocídio mora ao lado...