Fim de uma era?

Silvio Santos levou de mão beijada a massa falida da Rede Tupi, ao arrepio até da legislação vigente à época e lesando criminosamente os direitos trabalhistas de quem tinha até décadas de serviços prestados à Tupi. Pesou a seu favor o puxasaquismo descarado dos militares donos do poder, naquele momento. Os menos teens lembram da famigerada Semana do Presidente, propaganda descarada do ditador de plantão travestida de boletim informativo, levada ao ar aos domingos durante o Programa Silvio Santos.
Agora, segundo Paulo Henrique Amorim, o banco Panamericano, de propriedade do apresentador e suporte financeiro do SBT, está em apuros por conta de fraudes em seus balanços o que gerou um rombo de R$2,5 bilhões, quantia essa que o apresentador pretende levantar junto ao Banco Central, mesmo já tendo vendido 49% do Panamericano à Caixa econômica.
Diante dessse quadro desesperador, o banco português Espírito Santo já apresentou proposta de compra do banco do SS e o empresário Eike Batista, percebendo que o fim do Panamericano é o fim do SBT, apresentou proposta de compra da rede de televisão de Silvio que, aos oitenta anos e com sérias dificuldades para administrar esse império que caminha para a ruína, não descartará tal possibilidade.
Caso tudo saia como está desenhado, tende a desaparecer um dos grandes símbolos midiáticos surgidos para propagandear os sombrios tempos da redentora, desempenhando o tosco papel de humanizá-la e popularizá-la, a transição "transada" para a democracia explica seu relativo êxito. Seu fim pode significar que as primeiras pedras do dominó começaram a cair.