Strip tease barbálhica.

Ao responsabilizar, em entrevista concedida ontem ao Estadão, o deputado Zé Eduardo Martins Cardozo pela impugnação do registro de sua candidatura e consequente anulação da votação que obteve, Jader Barbalho expôs toda a sua histórica canalhice como homem público, o que lhe garantiu a triste e justa(?) fama de ser um dos mais perniciosos políticos de nossa história recente.
Recorde-se que o deputado petista apenas adicionou à chamada Lei da Ficha Limpa uma emenda punitiva a quem havia renunciado o mandato para escapar da cassação. Isto bastou para despertar a ira barbálhica e, a partir daí, um comportamento que ia do reticente à agressividade contra o PT. Usou de artifícios ignóbeis e áulicos depravados contra o governo do Estado; mas preferiu esconder-se atrás da moita para maquinar contra o Governo Federal, afinal, tinha cargos importantes e desses não queria abrir mão, daí ter conspirado na surdina.
Agora, quando julga a vitória do aliado Lorota como favas contadas, e não consegue disfarçar a frustração pela derrota do Zé Baixaria, começa timidamente a mostrar seu descontentamento contra Dilma, por sinal, armazenado desde que a então Chefa da Casa Civil barrou indicação dele para Eletronorte, exatamente por ter recaido tal indicação sobre um postulante que não tinha as condições éticas exigidas para o exercício.
Patético, finalmente, é seu raciocínio para voltar como candidato no próximo ano, como se todo o esforço da sociedade para bani-lo esteja prestes a cair no esquecimento pós-eleitoral. Como uma espécie de Scarface do século XXI, crê que sociedade recuará, as instituições corromper-se-ão, as leis serão ignoradas e triunfará a ignomínia. Até os mais velhacos um dia caem na tentação do autoengano.