Por receberem generosas verbas de publicidade do Grupo Rede, Diário do Pará e O Liberal saudaram efusivos, no meio da semana passada, o anúncio de investimentos de R$3,5 bilhões na Celpa, "visando a melhoria da qualidade e universalização do serviço".
Porém, hoje, no Diário do Pará, espremida entre colunas e perdida entre uma maçaroca de páginas de classificados, está uma notícia da Agência Estado que recomenda cautela quanto a qualquer esperança em um futuro bem iluminado. Desses R$3,5 bilhões, ao que parece até agora estão garantidos R$530 milhões do Fundo de Investimentos do FGTS, visando a melhoria da qualidade do serviço, "tendo em vista que a empresa tem um dos piores índices de qualidade do fornecimento do país e descumpre as metas fixadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica(ANEEL)."
O titular da SEDECT, Maurílio Monteiro, já havia se manifestado a respeito disso, sentenciando que a precarização no fornecimento de energia elétrica no Pará atrapalhva o desenvolvimento do Estado e, há poucos dias, foi noticiado que a Celpa procede até 11 mil interrupções por mês, incúria merecedora de constar do Guiness Book.
Assim, fora esse aporte emergencial, os restantes R$2,9 bilhões poderão vir até 2014 financiados por BNDES, BASA, Reserva Global de Reversão(RGR), Conta e Desenvolvimento Energético(CDE) e Governo do Pará. Isso mesmo. Ou seja, depois de vender aquela empresa pela metade do seu valor de mercado, o governo ainda será instado a emprestar dinheiro aos seus compradores que não tiveram competência para administrá-la.
Isto seria uma sandice semelhante à sua venda. Por isso, o mais certo é forçar o "ingresso de um novo sócio estratégico"(que pode ser a Eletronorte, detentora de 49% das ações), através da oferta de ações para reduzir o alto nível de endividamento do Grupo Rede. E estabelecer um protocolo de intenções que impeça por muito tempo a venda de patrimônio público nas condições espúrias em que foi vendida a Celpa.
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