O editorial do jornal O Liberal, de hoje, é um primor de anacronismo. Repete a velha cantilena neoliberal de "Quanto mais o Estado for desobrigado de bancar atividades que poderiam ser transferidas à iniciativa privada, mais sobraria dinheiro para o Estado firmar-se como o agente responsável para prover o bem-estar geral."
Trata-se de exortação a distância para que o candidato José Serra adote o programa desenvolvido por FHC, do qual o candidato tucano foge como o faz o diabo da cruz, após Serra declarar dissimuladamente "não haver muito espaço para novas privatizações".
Não precisa nem recorrer ao exemplo da própria organização midiática que produziu o tal editorial, que por anos vampirizou equipamentos públicos para expandir-se pelo interior do Estado, e ainda subtraía vultosos recursos do erário para tal. Pegue-se os indicadores sociais dos oito anos de Lula e seu estado provedor do bem estar social e compare com os oito anos de demotucanismo e seu receituário neoliberal baseado, entre outras coisas, na venda de patrimônio público.
Compare-se, ainda, como FHC deixou 52 milhões de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza, enquanto Lula e seus programas sociais elevaram para melhor a condição de vida de mais de 30 milhões de brasileiros. E porque Lula é aprovado por mais de 80% da população brasileira, enquanto o ex-presidente tucano é escondido pelo comando da campanha serrista por tratar-se de ícone da antipatia do povo brasileiro.
O debate está atrasado, reconheçamos, mas, felizmente, já está em curso. E não se pauta pelos parâmetros oferecidos pela imprensa brasileira, que ao longo dos séculos demonstraram cerrar fileiras sempre em prol dos muitos modelos geradores de miséria que as elites impuseram ao povo brasileiro.
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