Traíra

Jáder Barbalho elegeu-se governador, em1982, porque usou a máquina do estado disponibilizada pelo governador que o antecedeu, Alacid Nunes. Depois de empossado, deu um pontapé como agradecimento e fez tudo diferente do que havia prometido em palanque; depois, elegeu Hélio Gueiros seu sucessor, mas não conseguiu fazer deste marionete que obedecesse cegamente as ordens barbálhicas. Brigaram e a acusação mais amena que trocaram foi a de gatuno, por sinal, dita com tanta ênfase e robustecida por tantos fatos citados que a população percebeu que ambos estavam cobertos de razão nas acusações.
Em 1990, Barbalho volta ao governo ajudado por uma coligação de "probos", que comportava de representantes da contravenção penal(Mário Couto) à de grileiros(Vavá Mutran) passando por figuras sombrias, tipo Márcio Rambo, Wirland Freire e outros grandes contribuintes, tanto da campanha barbálhica quanto para fazer do nosso Estado o detentor do título de terra sem lei.
Desde então, para conviver com a hostilidade da maioria do eleitorado, adotou a tática da onipresença em quantos palanques houvessem, chegando ao cúmulo de concorrer ao governodo estado, em 1998, mas celebrar acordos com o adversário que garantissem a ele uma boquinha no futuro governo.
Hoje, inconformado com o profundo corte operado em suas asas, escancara seu modus operandi bandido negociando, por um lado, o reatamento da aliança com o atual governo e, por outro, fazendo eco à insólita revolta de Simão "Pescador" contra a justiça que o flagrou em delito e o mandou reenquadrar-se aos princípios que ele teima em burlar há quase dez anos.
Inegavelmente, Jáder ainda é um dos mais importantes atores da cena política paraense. Mas, quem quiser te-lo como aliado, deve sempre estar ciente de que isto se trata de uma espécie de travessia do lago por parte da rã(sem vínculo com a SUDAM) dando carona ao escorpião.