Recebi do amigo Edir Gaia, jornalista dos bons, o oportuno comentário a respeito de aliados políticos e práticas jornalísticas que reproduzo agora por sua extrema relevância.Jorge, enviei esse comentário ao Espaço Aberto, sobre o episódio da TCPLAN, lembra?, manchete do Diário de domingo. Lê e vê se vale a pena reverberar, a propósito deste "aliado":
Meu querido, é de se perguntar ao jornalista Luiz Flávio se a retificação será feita na manchete, já que foi lá, no principal espaço da edição de domingo que o jornal em que ele trabalha informou sobre a contratação de uma "empresa fantasma", por parte do Governo do Estado, para fazer as obras de uma vicinal em Cametá?
Quem ler a nota na qual a Setran contesta a notícia vai constatar uma supressão feita na versão que o jornal publicou, essencial para esclarecer os leitores que a TCPLAN não é uma "empresa fantasma", ela existe de fato e só pôde ser contratada pelo Governo do Estado porque está cadastrada no Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade no Habitat (PBQP-H), do Ministério das Cidades. A nota do governo publicada no www.pa.gov.br dá essa informação, suprimida na versão do jornal. Enviei o texto da nota oficial ao jornalista Luiz Flávio no domingo à noite. Bastaria a ele clicar em http://www4.cidades.gov.br/pbqp-h/, procurar empresas avaliadas, digitar TCPLAN e verificar que não se trata de uma "empresa fantasma". Aliás, meus filhos adolescentes e milhares de pessoas pelo mundo todo fazem isso todos os dias no Google, em busca de esclarecer informações sobre temas que lhes interessam. Hoje, grande parte das informações mais óbvias estão ao alcance dos dedos, na internet. É evidente que essa informação sobre a TCPLAN, sonegada aos leitores, contraria a manchete de domingo do jornal e, para alguns jornalistas, infelizmente, quando os fatos contrariam a versão, danem-se os fatos.
Edir Gaya
Jornalista
15 de abril de 2010 11:48
Um comentário:
Evidentemente que o Luizão faz o que o patrão dele manda. E a órdem é desgastar o governo. Isso lembra aquele episódio da Veja envolvendo o então deputado Ibsen Pinheiro, quando ele era presidente da Câmara Federal e o Congresso Nacional apurava o escândalo dos Anões do Congresso. Um fonte ressentida passou para um jornalista da Veja que o Ibsen tinha ligações com doleiros pois havia comprado dólares num valor extraordinário. O repórter fez a matéria, o editor pautou como capa, mas o controlador de números identificou inconsistência. Alguma coisa estava errada. O texto voltou para o editor, que chamou o repórter e disse: tua matéria vai virar capa, mas o pessoal que checa os números identificou um inconsistência. Trata de arranjar uma fonte para "esquentar a matéria". A fonte foi o deputado Benito Gama, que por telefone, mesmo sem ler o texto, disse que iria apurar a denúncia na CPI que ele relatava. Não deu outra, a Veja publicou na capa a foto do Ibsen e a manchete: "Até tu, Ibsen?". O deputado renunciou, moveu uma ação e somente 12 anos depois, a verdade veio a tona. Ele retomou a carreira polítca como vereador e hoje está novamente na Câmara Federal. Isso deveria servir para o Luizão. O tal jornalista que ganhou capa na veja, depois foi chutado para o olho da rua. E hoje é um anônimo.
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