Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

domingo, 21 de março de 2010

Pará/3

O mérito maior do posicionamento do deputado Zenaldo Coutinho Júnior, nesse debate a respeito da divisão do Pará para a criação de mais dois estados, é mostrar que a questão não se esgota na decisão política a ser tomada no parlamento com a posterior realização de um plebiscito.
É preciso que as universidades, o IBGE, o IPEA, o IDESP, o INCRA, Governo do Estado, prefeituras, tanto as que podem mudar de unidade federativa quanto os que fazem fronteira com essas, parlamentos e sociedade em geral discuta exaustivamente as consequências desse novo desenho geopolítico, afinal, a quem interessa o surgimento de dois estados, a partir de um, sendo que os três correm sério risco de nascer sob o signo de profundas desigualdades na medida em que suas riquezas já nascem concentradas em mãos de uma minoria benefiada a priori por um ordenamento institucional que não toca nessas questões.
Como bem enfatiza Zenaldo, o Estado do Tapajós surge com apenas 10% do PIB atual do Pará para ser distribuido por um território que significará 58% do provável ex-solo paraense. no entanto, terá três senadores, uns tantos deputados federais, outros estaduais, inúmeras câmaras de vereadores, tribunal de justiça, defensoria pública, MP, enfim, todos os custos capazes de fazer com que já nasça dependente da União; do Estado do Carajás, então, nem se fala, surge com cara e corpo de um Tocantins e suas mazelas, que proporcionam a existência de um estado rico, com uma população paupérrima e uma elite feliz que só Katia Abreu.
Portanto, é o debate que deve nortear a viabilidade dessa divisão, e não a ânsia por novas aventuras eleitorais de quem já não vê graça alguma representar o Pará. E esse debate não se esgota agora, como querem os "anciosos", mas, deverá demandar tempo suficiente para que se fabrique um ambiente institucional que permita o advento do progresso, em vez de volta ao passado.

3 comentários:

Anônimo disse...

O problema da divisão do Estado não pode ser tratada da forma que está sendo tratada. È preciso que os órgãos competentes se unam para dar um basta . Os Estados, se forem criados. não terão forcas para se sustentarem. Quem vai lucrar são apenas aqueles que lutaram para isso, tipo Adrubal Bentes, Giovani Queiroz que estão loucos para serem Governadores. Estes são elementos perniciosos que devem ser alijados nesta eleição, pois, sem mandatos, perderão espaço político, e não poderão fazer tantaa arruaça em prol do movimento separatista. Fora com eles. Quanto ao Zenaldo, tem meu aplauso. Pena que ele seja tucano, mas demonstra ser um emplumado coerente, o que é uma exceção dentro do partido.

Anônimo disse...

Concordo com o post em parte. Históricamente só defendo a criação do estado do Tapajós, quanto ao de Carajás sou contra e, farei campanha contra. O Pará segue com o nordeste e o sudeste e o Tapajós avança para não ser esquecido.

Na Ilharga disse...

Mesmo a criação do Estado do Tapajós têm problemas. Segundo notícia veiculada domingo passado, só há entusiasmo em Santarém com o novo estado.
Parece incrível, mas acho que Almir Gabriel tem razão: isso é decisão para uns dez anos à frente.