Eufemismo torpe.

A Globo, que hegemonizou a audiência como porta voz da ditadura militar, continua sua trajetória de veemência crítica quando se trata de abordar figuras e governos progressistas, ao mesmo tempo que trata com extrema condescendência e dissimulação quando o assunto diz respeito ao reacionarismo.
Há pouco, quando a má administração da coalizão demotucana levou parte de São Paulo ao fundo da água podre, a capital virou apenas isso: a cidade. Perdeu seu nome, sua identidade e virou um ente abstrato vitimado por uma tragédia provocada pela natureza. Nada mais falso, nada mais calhorda enquanto manipulaçao política.
Algo que se repete agora, quando explode o banditismo demotucano novamente, que ensejou a prisão do marginal José Roberto Arruda, tratado cínicamente pela Globo como o afastamento de Arruda.
Por que a Globo não diz claramente "o governador preso", que é fato, preferindo a expressão "afastado"? Claro que a conotação política preside essa velhacaria jornalística. Até há pouco o agora detento ex governador era tido como o virtual vice de Serra na chapa conservadora, então, trata-se de exorcizar esse fantasma para que não se materialize como realmente é: um funesto conluio que quer voltar para pilhar o que resta das riquezas da nação.