Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Hipocrisia.

O Liberal passou o tempo que ela durou defendendo a ditadura militar que, entre outras atrocidades cometidas, suprimiu a liberdade de expressão, Por isso, seu editorial de hoje não passa disso: hipocrisia.
E não é porque jornalistas ingênuos não saibam estabelecer nexos entre liberdade e diversos direitos individuais, dentre os quais, o à informação. O referido editorial bate nessa tecla em todo o texto, como comprova um trecho bem curioso em que é dito, "Quando a imprensa descobre e divulga, por exemplo, um caso de corrupção, está diretamente contribuindo para promover os direitos humanos".
Certíssimo. É esse o procedimento padrão que se espera de veículos de comunicação. O problema é quando o interesse comercial da empresa sufoca a voz que deveria informar o cidadão, a cidadã, do que se passa a seu redor e aquilo que era para ser informação vira deformação dos fatos, para atender as conveniências de quem paga regiamente para estar acima do bem e do mal.
E aí? A quem a sociedade deve recorrer para ver garantido o seu direito fundamental de ser corretamente informado? Será que esses veículos, que atuam graças a outorga que o poder público lhes dá para que prestem um serviço, têm o direito de decidir pela sociedade o que deve ser ocultado e o que deve ser revelado? Em nome de que interesse O Liberal encobriu diversos casos de corrupção?
Evidentemente, sem esclarecer esses pontos, falta a esse e a outros jornais autoridade moral para temer tentações autoritárias, por todos os exemplos nada edificantes que assistimos no dia a dia longo de suas histórias. Ademais, na ordem jurídica do país, não há instituição que não se submeta ao controle social, exceto os meios de comunicação, embora a Constituição Federal preveja esse controle. Tentar evitá-lo é lutar pela manutenção do atual status quo que só tem uma serventia: manter o povo brasileiro espectador de um discurso e de uma prática que atendem aos interesses patrimoniais, há séculos. Só mudando os ramos de negócios desses senhores, porém permanecendo suas condições de herdeiros de uma espécie de direito divino, que o povo já começa a identificar como impunidade.

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