A sugestão da cobrança de ingresso, na Feira Pan Amazônica do Livro, é estapafúrdia e incoerente com um dos propósitos do evento, despertar o gosto pela leitura. É como reduzir o número de vagas nas escolas públicas em que é elevado o número de evadidos.
Por trás dessa visão elitista está posta a concepção preconceituosa de que aquele deveria ser um evento restrito aos apreciadores, já que lá o povão só comparece para bagunçar. A inspiração seriam aqueles salões literários do início do século passado onde madames e escritores, muitas vezes até de talento discutível, se reuniam para a troca do autoelogio.
É óbvio que nem todo adolescente ou jovem sairá da Feira amando a literatura, até mesmo porque o preço do livro não permite. No entanto, é visível o aumento da frequência a cada ano que passa. E esse aumento, evidentemente, não é apenas no número de bagunceiros. Certamente há mais pessoas interessadas na leitura. Seria bom que a SECULT e a SEDUC criassem formas de mensuração desse aumento, bem como mecanismos, desenvolvidos na sala de aula ao longo do ano letivo, para incentivar o gosto pela leitura. Seria bem melhor do fazer votos de pobreza... de espírito.
Um comentário:
É uma verdadeira vontade de excluir o povo da feira do livro. Os mesmos que ficaram oachando um abuso o povo ter direito a ir à praia, neste caso Mosqueiro, pagando o preço da passagem urbana. A história é a mesma. Enquanto isso os crimes de grilagem, assalto aos recursospublicos continuam por essa eliti.
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