P R E S E N Ç A I T A L I A N A

Saudações à jornalista Franssinete Florenzano, pelo oportuno registro de evento comemorativo da presença italiana no Brasil.
A mim, que vivi minha adolescência e parte da juventude nos anos 60, um registro dessa natureza é uma viagem no tempo para recordar como era forte essa presença também na música popular, com um sem número de cantores e cantoras a sacudir nossos corações. Sérgio Endrigo, Rita Pavone, Bobby Solo,Gigliola Cinquetti, Nico Fidenco, Gianni Morandi, Pepino di Capri, Ornella Vanoni, Mina; a trilha sonora do filme Candelabro Italiano- principalmente a canção Al di lá; o advento dos westerns spaghetts e o contato com a música do genial Enio Morricone, nas suas trilhas sonoras para os filmes de Sérgio Leone, um contato saudável com outras manifestações artísticas, enfim.
Infelizmente, depois isso virou um melancólico retrato na parede e nos tornaram filial de uma matriz cultural que nos impôs um "gosto" padrão.Esse retrocesso cultural atingiu o melhor de nossa música popular, fechou nossas portas a todos os outros que não os de língua inglesa, até França e Espanha que, como a Itália, eram muito presentes artísticamente no Brasil. Feneceu a figura do poliglota, dando vez a uma juventude e a um bando de yuppies que falam um dialeto horroroso e precariamente bilingue, transbordante de arrogância e vazio de significados.
Por isso eventos como esse e seus registros são sempre bem vindos na medida que reforçam nossa diversidade. Com efeito, nossa mistura não comporta a submissão a esse padrão conservador e medíocre,imposto à força e mantido graças à presença de uma mídia alienante e boçal.