Como diz a professora Marilena Chauí, "o verdeamarelismo foi elaborado pela classe dominante brasileira como imagem celebrativa de um país essencialmente agrário".
Esperava-se que sua duração fosse soterrada com o fim do Império e da República Velha, bem como com o processo de industrialização e urbanização.
Ledo engano. Apesar de algumas ações culturais corrosivas contra esse ufanismo, seus apologistas sobreviveram e adaptaram aos novos tempos essa ideologia da supremacia da elite através do "amor à Pátria".
Nossa industrialização se dá por transferência de setores industriais internacionais para o Brasil, em razão do baixo custo da mão de obra local, consolidando-se um modelo que une a burguesia emergente ao setor agrário que jamais perdeu força política.
Assim, quando assistimos embasbacados um grupo de vassalos dessa ideologia marchar e bater continência para a estátua da liberdade no pátio de uma loja de empresário sonegador e reacionário, constatamos estar diante de um passado que atravessa os séculos e se impõe no presente não como instaurador de um sentimento geral, mas a manutenção da dominação política através do culto a símbolos exteriores e decisivos na conservação dessa dominação. Viralatice pura!
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