Apesar de já estarmos em janeiro, parece que perdura até hoje o espírito natalino na redação do Diário do Pará, com homenagens quase diárias às lorotas do bom velhinho em forma de notícias prenhes de otimismo na transição do golpismo larápio à boçalidade trágica, apesar da evidente precarização do quadro sócio-econômico do país.
Hoje, por exemplo, a manchete transborda otimismo com dispositivo contido na Lei 13. 808/19(LOA- Lei Orçamentária Anual) prevendo abertura de concursos públicos para preenchimento de mais de 40 mil vagas no serviço público federal, como se os editais já estivessem prontos e prontos à publicação.
Não sei se os proprietários do dito jornal apenas orientam seus empregados a vender esse otimismo, ou riem deles pela ingenuidade transmitida ao público a respeito de algo que terá tanta possibilidade de concretizar-se quanto a dupla Re-Pa fornecer o maior números de jogadores à seleção brasileira que irá disputar a Copa América deste ano.
Todos, os proprietários, não os empregados, sabem que a maioria do que consta em uma peça orça mentária lá está para ficar disponível ao seu contingenciamento e posterior transferência à outra rubrica, conforme consta naquele dispositivo legal que autoriza o chefe do poder executivo a transferir tantos por cento sem autorização legislativa.
Ora, estamos sob a vigência da EC do Fim do Mundo, que congelou os gastos no serviço público até 2025, impedindo a realização de concursos, da concessão de reajustes salariais e gastos assemelhados, daí a inviabilidade de novos concursos, principalmente nas universidades onde está concentrada a metade dessas vagas ofertadas no dispositivo festejado nas páginas do DP.
Parafraseando Gilberto Gil, daqui conclamo poetas, concurseiros, românticos, otimistas correi para anotar essa promessa e conferir depois. Se é, de fato, realidade ou apenas faz parte daquele otimismo midiático velhaco cúmplice do golpe que faz das tripas coração para provar que o Brasil melhorou depois que tiraram a Dilma. A conferir.
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