Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

quarta-feira, 23 de maio de 2018

A crônica do fracasso anunciado


A última vez que o MDB lançou candidatura à presidência da República ainda se chamava PMDB. Foi em 1989, mas grande parte de suas lideranças traiu seu candidato, optando por embarcar na canoa collorida.

Resultado: seu mais respeitável quadro político passou por um vexame eleitoral sem precedentes ao obter apenas 5% dos votos, embora o partido tivesse a presidência da República e todos os governadores estaduais.

Agora, Michel Temer resolveu enfrentar a situação e lançar Henrique Meirelles como candidato do já recauchutado MDB, buscando um protagonismo que jamais alcançaria com seu nome, hoje rejeitado, repudiado e execrado por mais de 90% dos brasileiros.

Meirelles busca apoio da Globo, dos banqueiros e do capital estrangeiro para cacifar-se, já contando com a ausência de Lula e sonhando com um cenário composto apenas por candidatos iguais, isto é, com baixo potencial eleitoral e indiferença da população.

Seria o quadro ideal para o escroque temerário, que certamente iria a tevê sugerir que seu prestígio alavancaria uma candidatura saída praticamente do nada e tornar-se-ia competitiva à medida que esse nome era associado ao governo 'redentor', como o golpismo gosta de auto intitular-se.

Redentorismos à parte, a 'redentora' de 1964 também acabou na lata de lixo da história, Temer sabe que só assim, elegendo um sucessor do golpe, escapará ileso do literal assalto ao poder, seguido da intensificação de abordagens ao erário que o Código Penal vigente condena.

Por mais engenhoso que possa parecer, o ardil temerário parece fadado à morte no nascedouro, pois algumas das principais lideranças regionais parecem não querer nem ouvir falar dessa solução, totalmente indiferentes aos riscos que MT correrá sem uma saída dessas para proteger-se.

Pela obra dessas lideranças, a soma das partes regionais dará a consistência geral ao todo, como sempre foi, por isso o PMDB/MDB nunca deixou de ser uma das principais legendas do país. Mudar agora salvaria a pele de Temer, mas enfraqueceria a estratégia.

Para o ano que vem, sem Farsa Jato, sem um Berlusconi que usufrua dessa onda pseudo moralista, protagonizada por um judiciário desacreditado, certamente deveremos voltar a respirar os ares da democracia. E, para o bem e para o mal, lá estará o MDB novamente na cena política.

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