Jorge Paz Amorim

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Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

O caixa 2 de Onyx, o laranjal de Marcelo, o cheque do Queiroz: bolsonaristas, façam como Moro e culpem o STF


O governo Bolsonaro tem na chefia da Casa Civil um ministro que admitiu uso de caixa 2 e no Ministério da Turismo, um indiciado por falsidade ideológica eleitoral, apropriação indébita eleitoral e associação criminosa, no caso dos laranjas.

A pasta do Meio Ambiente é chefiada por um condenado por improbidade administrativa. E Paulo Guedes é investigado por desvio milionário em fundos de pensão de estatais.

O próprio presidente tem em casa um problema relacionado à suspeita de corrupção: sua mulher, Michelle, recebeu cheque de R$ 24 mil de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro.

Apesar desse cenário, Sergio Moro encontrou fora do governo o culpado pela percepção generalizada — detectada pelo Datafolha — de que a administração dele e de Bolsonaro não combate a corrupção como deveria. É o Supremo Tribunal Federal.

“O que aconteceu nesse período para que essa percepção piorasse foi a revogação do precedente da segunda instância. Isso implicou a soltura de pessoas que estavam condenadas, inclusive por corrupção. Então, as pessoas às vezes têm uma percepção geral e atribuem ao governo. O governo está trabalhando, respeita a decisão do Supremo, mas está trabalhando com afinco para o restabelecimento da prisão em segunda instância”, disse Moro, em entrevista publicada hoje na Folha de S. Paulo,.

Moro tem desempenhado com desenvoltura o papel de advogado do governo, com manifestações que são muito mais políticas do que técnicas. Mas se engana quem pensa que ele defende Bolsonaro. Defende a si próprio ou um projeto político.

É uma mudança e tanto para quem, um ano atrás, em entrevista ao Fantástico, disse que seria um técnico no governo e rejeitou qualquer possibilidade de participar de disputas eleitorais.

A jornalista Poliana Arbitra lhe perguntou: “Nasce um político aí dentro?”

“Eu posso tá sendo ingênuo, mas eu estou sendo absolutamente sincero quando afirmo que, na minha visão, tô assumindo um cargo pra exercer uma função predominantemente técnica. Eu não me vejo num palanque, eu, candidato a qualquer espécie de cargo em eleições, isso não é a minha natureza”, disse.

Hoje, ele divulga outdoors instalados em várias cidades do Brasil, com sua imagem colada na de Bolsonaro, como se fosse candidato a vice-presidente.

Na entrevista à Folha, aliás, ele não respondeu objetivamente se sairia candidato a vice.

“O que temos é um vice-presidente que respeito muito, Hamilton Mourão. Um general consagrado que colocou em risco a carreira em um determinado momento para defender o que ele pensava. Acho que essa discussão não é apropriada no momento”, afirmou.

Ou seja, alimenta a ideia, embora, pelo protagonismo que assume, talvez não pense em ser candidato a vice. Parece mirar num ponto mais alto, o que sinaliza ao dizer que tem divergências com Bolsonaro.

Os jornalistas perguntaram se ele se considerava 100% Bolsonaro hoje.

“O que significa isso?”, perguntou Moro.

“Se o senhor está 100% com esse governo”.

Ele respondeu que “é possível” existirem “divergências razoáveis sobre pontos específicos”.

Quais?

“Isso são questões internas, que devem ser discutidas dentro do governo e não perante os jornais”.

Se o governo Bolsonaro é um serpentário, como disse um colega de Moro, o ex-juiz já pode se dizer “cobra criada”.
(Joaquim de Carvalho/ DCM)

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