Jorge Paz Amorim

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Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

terça-feira, 7 de agosto de 2018

A maior herança política de Lula

A oficialização, neste sábado, da sexta candidatura presidencial de Lula à presidência, terá a utilidade de construir uma oportunidade - talvez a mais dramática - para o país encontrar a porta de saída de uma crise de amargura infinita para a construção de um futuro favorável a maioria dos brasileiros e brasileiras.

Ao contrário da visão convencional, construída pelos adversários ao longo de 40 anos e reforçada nos últimos meses numa tentativa de minar sua formidável demonstração de resistência, aos 72 anos Lula é uma liderança que concentra o melhor e o mais moderno das esperanças políticas - aquelas que se apoiam em dados objetivos, fatos e números que os adversários já desistiram de contestar.

Aí se encontra uma força única, a explicação para sua onipresença na cena política embora já tenha completado mais de 100 dias de prisão em Curitiba: um povo capaz de pensar por contra própria.

Por essa razão, enquanto os antecessores vivos do Planalto se desgastaram, Lula agigantou-se.

Numa pesquisa qualitativa a que o 247 teve acesso, aquelas pessoas que respeitosamente chamamos de povo declaram-se em estado de luto pelo país. Dizem que de uns tempos para cá se encontram "ludibriados, enganados, desrespeitados, lesados, decepcionados, desiludidos, descrentes, fracassados." A prisão de Lula definem como: "tristeza, tristeza, tristeza".

Na vida dessas pessoas, o salário cada vez mais baixo se agrava com o preço do gás de cozinha cada vez mais alto, dificultando o elementar esforço de todos os dias, em todas as famílias, para saciar a fome.

A situação apenas reforça a noção de que os oito anos de governo Lula representaram um intervalo de "abundância, crescimento e oportunidade" entre crises e dificuldades permanentes em séculos de história brasileira.

A certeza é que Lula "governou para eles, enquanto os outros, para os ricos". Lula também é "O Cara", enquanto os outros não despertam curiosidade e até provocam desânimo.

Ao contrário do que sustenta uma visão elitista que tenta desenhar o retrato de um demagogo clássico, sua liderança não se alimenta de favores prestados aos governados, de cima para baixo.

A relação é de quem está próximo, em parceria, com cada brasileiro e cada brasileira: "Eu não devo nada para ele. Fiz minha parte, ele fez a dele. Meu filho é muito bom. Mas Lula ajudou a entrar na faculdade".

A herança não é o paternalismo, mas a emancipação daqueles que se encontram nos degraus debaixo da pirâmide.

A imensa aprovação de Lula ajuda a mostrar que os benefícios materiais conquistados não caminham sozinhos -- também transportam outra mercadoria preciosa na bagagem, a dignidade, uma forma bonita para se falar em consciência, em noção do próprio valor. Num país onde a democracia é um intervalo entre formas variadas de ditadura, cabe reconhecer que este é o ponto principal em agosto de 2018.

Num fato que contraria uma visão comum entre intelectuais, mesmo de esquerda, a persistência de Lula mostra que, além do progresso material inegável, nenhum outro fez tanto pelo avanço político dos brasileiros e brasileiras.

Nenhum foi tão perigoso para os beneficiários de uma ordem na qual tudo muda para que nada mude.

Esta é a importância da formalização da candidatura e da luta permanente pelo direito de Lula disputar a presidência.

Alguma dúvida?
(Paulo Moreira Leite, em seu blog/ via Blog do Miro)

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