Jorge Paz Amorim

Minha foto
Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

sábado, 12 de maio de 2018

'O cofre do dr. Rui' em versão tucana



No livro "O cofre do dr. Rui", é narrada a a espetacular ação de uma parte do grupo político de Dilma Rousseff, que lutava contra a ditadura instalada em 1964.

À medida que o regime tornava-se mais sanguinário, surgiam mais grupos dispostos a combater a truculência através de ações de guerrilha, vista como a única forma de sobreviver à perseguição armada e midiática contra quem fosse identificado como dissidente.

'O cofre do dr. Rui' era uma metáfora pra dissimular o que realmente significava aquele cofre: um depósito de ferro de tudo aquilo que o então governador de São Paulo, Adhemar de Barros, roubava freneticamente do tesouro paulista e amealhava naquele recipiente guardado na casa de uma socialite na zona sul do Rio de Janeiro.

Ocorre que o filho da dondoca fazia parte daquele grupamento político de esquerda e ficou sabendo acidentalmente, na hora do jantar da família, do que se tratava e o que estava escondido naquele cofre.

Dado o serviço, um grupamento ficou encarregado de furtar o tal cofre, após um plano espetacular que envolveu até o sequestro do jovem que deu o serviço a fim de dissimular a situação e evitar maiores complicações ao dito cujo.

E assim, o conservador e larápio governador de São Paulo financiou por vias oblíquas várias ações de guerrilha que permitiram a fuga da morte, a execução de torturadores, além da garantia da logística de alguns grupos políticos que resistiram à bala os atos da repressão.

Agora, surge a versão tucana do 'cofre do dr. Rui', com todos os tons de farsa e bufoneria a que tem direito as ações dessa facção criminosa emplumada, com o roubo dos 'cofres do dr. Paulo Preto', da casa de campo daquele expoente da ladroagem privata.

Claro que o surrupiamento de agora não visa financiar qualquer ação de combate ao governo do também larápio Michel Temer. Muito pelo contrário. Têm todas as características de apagar das digitais dos ladrões que também roubaram os cofres públicos.

Se, no original, sabe-se o desfecho da história e os detalhes de seu desenrolar agora, provavelmente, tudo será devidamente ocultado e os autores da ação não serão identificados. Se forem, passarão por aquele 'remédio' que Aécio Neves recomendou ministrar pro próprio primo.

Essa repetição farsesca de agora, do ocorrido outrora, seria cômica não fosse a tragédia que encerra, a nos mostrar que a impunidade e a ladroagem nunca campearam como atualmente, contando com a cumplicidade também farsesca da toga, que protege denodadamente os verdadeiros larápios, enquanto sai por aí arrotando falso moralismo. Triste!

Nenhum comentário: