Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Só há segurança jurídica onde a justiça é decente


Gilmar Mendes pediu vistas e passou um ano sentado em cima de um processo, por sinal já decidido pela esmagadora maioria do STF, mas contra o voto do inconformado Gilmar.

Agora, diante da inédita, inexplicável e velocíssima decisão do TRF 4 de marcar o julgamento do recurso de Lula para 24 de janeiro próximo, contra a decisão do juiz Sérgio Moro, que o condenou apenas baseado em declarações de delatores, Gilmar fala em segurança jurídica, como se um jargão neoliberal escondesse o cinismo contido na declaração.

Independente dos atropelos conhecidos, do cerceamento da defesa, do desdém contra provas robustas apresentadas percebe-se que a pressa pode estar relacionada ao projeto de vida pessoal e profissional do dito juiz, com viagem marcada para os EUA no início do ano que vem, assim como consolidar sua possível represália contra governos petistas, que adotaram recomendações feitas pela UNESCO no sentido de tratar alunos portadores de necessidades especiais de forma integrada na escola tradicional, o que contraria interesses comerciais do sistema segregador do qual faz parte a esposa do juiz.

Então, qualquer que seja o resultado desse julgamento, poderá o verdugo curitibano dar seu trabalho por concluído e justificar funcionalmente, pelo menos no Poder Judiciário já que na Universidade Federal do Paraná há quem o considere 'funcionário fantasma', todo o ganho pecuniário auferido com a operação que comandou e que fez dele um nababesco barnabé, sempre com vencimentos bem acima do teto constitucional permitido.

Não importa. Pra essa casta de moralistas de fancaria, quando se trata de interesses próprios as normas da Carta Magna nada significam diante das normas auto criadas por essas corporações a fim de exercitarem o enorme apreço que têm por si mesmos.

E está se falando apenas daquele ganho funcional, sem entrar no mérito das acusações do ex-advogado da Odebrecht Rodrigo Tacla Duran, que acusou o malsinado togado de cobrar propina pra reduzir penas de indiciados pela Farsa Jato.

Moro,  como é sabido, desqualificou o acusado e achou que isso o eximia de explicar-se. No entanto, tudo que está dito pelo advogado vem acompanhado de documentação que, mais cedo ou mais tarde, terá que ser examinada a bem da necessidade da justiça.

O juiz vai, com os bolsos cheios de dinheiro e passando aos pascácios que o veneram a ideia de que cumpriu sua parte, tal e qual fez outro verdugo, Joaquim Barbosa, que conduziu um outro processo/ farsa e depois escafedeu-se, abrindo mão de mais uma década como ministro da mais alta Corte do país.

Assim, independente do julgamento do dia 24/1, Moro pensa sumir do país por um tempo carregando a fama de justiceiro que amealhou, seja como alguém que teve seu trabalho boicotado ou como aquele que lutou pra mostrar que a lei tem que ser cumprida por todos.

Enquanto isso Gilmar, Temer, Padilha, Moreira Franco, Romero Jucá e outros gatunos continuarão operando a agenda adotada pelo golpismo e que promove um dos mais acintosos assaltos aos cofres públicos que se tem notícia. Mas isso jamais interessou, interessa ou interessará ao bufão togado cuja certeza do dever cumprido esgota-se no serviço prestado ao conservadorismo que enxotou os mais humildes do orçamento. Lamentável! 

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