Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

A chapa Lula/ Requião



O senador Roberto Requião(PMDB/PR) como vice do Lula(deu no 247) não é nenhuma reedição de eventual embate entre autênticos e moderados no seio do PMDB, muito comum no finado MDB, quando este representava uma frente de oposição ao regime militar.

Não é porque não temos mais um Marcio Moreira Alves, um Chico Pinto, um Ulisses Guimarães, um Alencar Furtado e muitos outros parlamentares emedebistas que enfrentaram a ditadura, uns até sacrificando o próprio mandato pois foram cassados, mas ousaram escrever de forma altiva seus nomes na história. Só restou o Requião.

Ao contrário da imensa maioria que sobreviveu porque convivia adestradamente com o regime discricionário da época, jamais incomodando os donos do poder, daí muitos estarem milionários e até hoje voando em volta da luz emanada do poder fiéis a máxima, não sou de direita, não sou de esquerda, muito menos de centro. Sou do lado do governo. Se o governo muda de lado não é problema meu.

De qualquer modo, sabe-se que muitos pemedebistas estão dispostos a bancar essa chapa, uns até por questão de sobrevivência na medida em que suas regiões têm Lula como um Deus e não é bom ir contra essa adoração em tempos de eleição.

Resta saber como andará a Convenção que irá deliberar sobre o tema. É sabido que grande parte dos que outrora decidiam hoje estão impedidos de faze-lo, a não ser que o local do encontro seja nos arredores do presídio da Papuda, o que já enfraquece bastante o lado temerário, que representa o segmento anti Lula.

Por isso, não é de todo improvável que essa chapa prospere e reforce um discurso progressista na campanha, capaz de dar o tom dos debates, independente de como se apresente o adversário, uns até jurando pela fé da mucura ser de esquerda.

Aí o  PMDB voltaria a ser o de sempre: um monte de coronéis regionais que só se unem em torno da legenda pra defender seus interesses locais, deixando de lado esse papo temerário de estar focado no interesse nacional.

Mas vale a pena o risco da recaída, desde que o nome do vice seja Requião, mesmo que este corra o risco de ficar isolado dentro de sua própria legenda. Requião atravessou todo esse tempo, de um século ao outro e manteve a coerência de uma vida pública acima das suspeitas que pairam sobre as cabeças da esmagadora maioria dos seus correligionários.

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