O Brasil é um animal diferente. É o país mais desigual do mundo, com exceção do Oriente Médio e, talvez, da África do Sul. O grupo dos 1% mais ricos tem cerca de 1,4 milhão de pessoas, com renda anual a partir de R$ 287 mil. O 0,1% mais rico reúne 140 mil pessoas com renda mínima de R$ 1,4 milhão. Enquanto isso, a renda média anual de toda a população é de R$ 35 mil.
As alíquotas de impostos sobre herança são de 2% a 4%. Em outros países chega a 30%. A tributação de fortunas fica em torno de 5%. Enquanto isso, os mais pobres pagam ao menos 30% de sua renda via impostos indiretos sobre luz e alimentação. O Brasil é um dos únicos que não taxam dividendos distribuídos à pessoa física. Obviamente, isso favorece as pessoas de renda mais elevada.
Esses são dados fornecidos pelo economista irlandês Marc Morgan Milá, 26 anos, que veio ao Brasil trabalhar no IPEA sobre a distribuição de renda, em entrevista concedida para as repórteres Mariana Carneiro e Flavia Lima, da Folha de São Paulo, reproduzida pelo site Conversa Afiada, de onde extraí os dados.
Não precisa enfatizar nada, apenas constatar, mais uma vez, a necessidade de uma reforma tributária decente, capaz de nos fazer atravessar do século XIX para o XXI, se quisermos ser respeitados no mundo. Claro que estávamos até bem encaminhados, até que larápios herdeiros e beneficiários da boa vida proporcionada por essa imoralidade golpearam a democracia, apearam um governo legítimo e instalaram um regime cleptocrático com a chancela do Poder Judiciário e dos grandes meios de comunicação.
Em vez de caminhar para superar a situação, o governo usurpador nos faz voltar ao passado nefasto e instala um governo de ricos, para ricos através da apropriação indébita das riquezas geradas no país.
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