Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

domingo, 20 de agosto de 2017

Cante outra vez, Jat!


Mesmo que o motivo para o afastamento do procurador Nelson Medrado seja legalmente pertinente, está respondendo um PAD- Processo Administrativo Disciplinar, apesar deste ser por iniciativa do próprio investigado, o governador Simão Jatene, é inegável que ficou mal explicada a paralisação de investigações importantes em razão da punição ao investigador e garantia da incolumidade, tendendo a evoluir pra impunidade do acusado.

Ainda hoje, o Diário do Pará publica reportagem bastante interessante, assinada pela excelente repórter Ana Célia Pinheiro, a respeito do preço final do prolongamento do custo de uma avenida, trecho de apenas 4,5km, cujo preço final ficará em fabulosos R$302 milhões.

Evidentemente, não foi o procurador Medrado que passou informações à Ana Célia, cujo currículo de de autora de reportagens nessa linha é conhecido do leitor paraense, resultado da paciência e competência com que se debruça sobre documentos públicos.

Todavia, tudo leva crer que a defesa do governador das graves acusações que o atingem é, mais uma vez, a desqualificação do investigador, sem que sua assessoria produza uma linha, um mísero argumento que conteste fatos apresentados contra si.

E foi nessa linha o episódio do afastamento do procurador. Afasta-se o investigador e mata-se por inanição a investigação, apesar do MP ter outros procuradores com capacidade intelectual para continuar o trabalho.

Mais uma vez, infelizmente, o Ministério Público Estadual atua como linha auxiliar do governador do estado, fruto da relação autoritária e pouco republicana entre as duas instituições, como se houvesse hierarquia entre os dois entes a ponto do governador nomear quem bem entende para chefiar a PGE, inclusive desrespeitando recorrentemente a votação interna que indica os nomes que compõe lista tríplice.

Abafadas as acusações, resta apenas a certeza que o governador Simão Jatene perdeu uma grande oportunidade de provar que não se serviu da política para virar um homem rico, conforme acusação que fez contra o desafeto e criador Jader Barbalho.

Devolvida a acusação, Simão optou por sair de fininho e cantarolando, sem explicar a origem dos cachês milionários que recebeu e que o tornam dono de patrimônio incompatível com o que fez durante sua vida de homem público.

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