O veterano jornalista Elio Gaspari descobriu a pólvora, ou seja, que Michel Temer, com a ajuda de Aécio Neves, articulou o golpe e depois implodiu o PSDB.
Gaspari só não admite, ainda, a parte final, a implosão está consumada. Imagina que baluartes do que restou da bravura paulista de 1932 sobreviverá ao estrago causado por dois dos mais atuantes artífices do caos instalado no país.
Humhum, pois sim. Aécio só pensa em salvar sua pele e isso passa necessariamente por sua reeleição ao Senado por Minas Gerais, garantindo a imunidade, que por sua vez se transformará em impunidade por motivos óbvios.
Sem o apoio do PMDB mineiro, a estratégia de Aécio chafurdará na lama da Samarco, colocando a liberdade do neto de Tancredo por um fio.
Por isso, entregar cargos e virar porta-vozes do moralismo global pode fazer muito bem ao coronel Tasso no Ceará ou a FHC nas cabeças e corações de escrevinhadores de pocilgas midiáticas, mas não arranjará um mandato capaz de garantir um mínimo de importância à privataria como força política.
No frigir dos ovos, a salvação da lavoura tucana depende do aprendizado em conviver com a praga pemedebista.
Mesmo que isso ofenda a suscetibilidade de Gaspari, porque conspurca a substância ideológica tucana, por sinal, que só o jornalista ainda consegue captar, não há outra saída, pelo menos por enquanto.
Aécio/Temer; Dória/Jucá; Alckmin/Helder Barbalho vão formando parcerias tão enigmáticas quanto indicativas de que há boi nos céus da política brasileira.
Desgraçadamente, quando esses bois se esborracharem no chão, formarão uma montanha e desta sairá aquilo que a parábola bíblica anunciou que sai desse tipo de entulho.
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