A Constituição Federal vigente definiu como funções do Ministério público "a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis".
No entanto, jamais disse que seus integrantes estavam acima da sociedade, muito menos da ordem jurídica vigente, como pensam alguns.
Por isso, ao se auto concederem aumento salarial de 16%, diante de um quadro fiscal caótico, sem que ao menos saibam a fonte de financiamento desse mimo, os membros do MP assumem publicamente que pensam ser sua corporação acima do bem e do mal.
Mais grave é que o tal anúncio deu-se um dia após o golpista temerário anunciar que vai implantar um Plano de Demissão Voluntária para servidores de carreira, disponibilizando de interesses sociais indisponíveis.
Sim porque os direitos adquiridos deveriam ser indisponíveis, e não moeda de troca usada por celerados a fim de desviar dinheiro para a compra de parlamentares mercenários.
E mais: é função do MP admoestar os mal intencionados que agem de forma a afrontar os citados direitos individuais. Aliás, antes de dar aumento pra si mesmo, já deveriam os procuradores confrontar a odiosa e ilegal medida.
Enquanto cria PDV para servidores de carreira, o vil traíra cria cargos comissionados aos borbotões para abrigar apaniguados de parlamentares que quer subornar, embora a Lei de Responsabilidade Fiscal tenha mecanismos inibidores desse torpe fisiologismo.
Caberia ao MP estar à frente desse combate contra o uso indecente da coisa pública, porém, tudo indica, os 16% de auto benefício incentivam a omissão em relação à iniquidade governamental, que aplica o programa do candidato derrotado nas eleições de 2014. Resultado, a defesa do regime democrático também é negligenciada. Lamentável!
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