Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Os ricaços


Lula mora no mesmo apartamento, em São Bernardo do Campo interior de São Paulo, há pelo menos vinte anos, embora facções togadas e armadas vivam delirando a respeito de propriedades que teria, inclusive o estádio do Corinthians; José Genoino foi condenado, preso e execrado pela mídia acusado de ser um dos condutores de um esquema que desviou centenas de milhões de reais dos cofres públicos, todavia mora também há décadas em um modesto sobrado, totalmente incompatível com o padrão de vida que costumam levar os donos de fortunas dessa monta.

Agora, uma escrevinhadora da Falha(FSP) foi até Porto Alegre produzir uma matéria a respeito do dia-a-dia da presidenta vilmente usurpada Dilma Rousseff e constatou que a petista "leva uma vida modesta". É verdade que Dilma foi frequentemente poupada de acusações como as feitas a outros petistas, mas é verdade também que aqui e ali a fúria moralista insinua que a eleição de Dilma foi fruto de esquemas espúrios, como se houvesse processos eleitorais hígidos no Brasil seja qual nível de representatividade for federal, estadual ou municipal, todos invariavelmente viciados por conta do tipo de financiamento e regras que os norteiam.

Mesmo levando vida infinitamente mais modesta que as de seus algozes, os aqui citados viraram símbolo da desonestidade na política, acusados pelo cartel midiático que controla a informação no país e cujos donos não resistiriam a uma auditoria feita de forma honesta. De fato, as suspeitas contra os vigilantes da moral alheia vão desde sonegação bilionária de tributos, passando por entesouramento em paraísos fiscais de recursos ganhos às custas dos brasileiros até a invenção de fórmulas que burlem outras obrigações tributárias que deveriam pagar se agissem com a honestidade de suas retóricas.

É verdade que daqui a uns dez anos essa execração maquinada será tratado como irresponsabilidade conjuntural, mas isso se a mídia continuar com o poder que dispõe hoje, algo bastante incerto diante do avanço tecnológico que proporciona o aparecimento de outras formas de veiculação da informação, mais críveis e decentes do que o ofertado pelos manipuladores de hoje.

Nesse sentido, o desejável para o momento é lutar para que a mídia seja objeto de legislação específica a respeito de seu funcionamento. Não a partir da mistificação velhaca que associa o enquadramento legal com cerceamento à liberdade expressão, muito usada por quem adora atuar fora da lei. Independente disso, é hora da sociedade civil organizada pautar nas suas lutas futuras a regulação da mídia pondo um fim nesse  longo tempo de iniquidades em que a mídia virou um partido político tão infame quanto os piores que conhecemos.

Um comentário:

Ojuara Serrots disse...

Tive o prazer de receber o José Genoino e hospeda-lo na casa de meus pais. Um dia a história fara justiça!!