Mais do que salvar grandes larápios, como revelou a conversa gravada entre dois desses notórios assaltantes, Sérgio Machado e Romero Jucá, o golpe contra a democracia parece ter também como finalidade salvar da indiferença popular esses monturos de papeluchos em forma ajornalada.
Segundo aferição do IVC- Instituto Verificador de Comunicação, a Folha de São Paulo, de maior vendagem em território nacional, viu cair a média diária de 352.925 exemplares no primeiro semestre de 2015 para 304.594 exemplares nos primeiros seis meses deste ano. Os demais entulhos de papel seguiram a mesma derrocada e mais ou menos no mesmo percentual.
Em um país com mais de 200 milhões de habitantes ter jornais com um consumo tão ínfimo, em que o mais lido mal chega a 0,3% da população, claro que isso mostra o quanto são ruins e não atraem ou formam minimamente um público leitor. Uma verificação mais acurada certamente chegaria à constatação ainda mais grave: de que só não é pior graças a governos amigos no patrocínio e aquisição desses trambolhos midiáticos a fim de evitar-lhes a falência definitiva.
Claro que essa incompetência acaba descambando para a renúncia à prática de um jornalismo minimamente decente e a assunção descarada da assessoria de imprensa a grupos políticos amigos. É assim desde priscas eras, bem como foi por essa sem vergonhice que um desses grupos virou o quarto poder a partir do golpe empresarial/militar,mantendo-se até hoje nessa deplorável condição, em que a perda de influência aumenta o nível de canalhice.
Resta saber se o golpista temerário será calhorda o suficiente pra chamar pra si a salvação dessas gangues, às custas do dinheiro público e à revelia da lei que disciplina o pagamento da publicidade dos atos governamentais, fazendo disso um álibi para distribuir dinheiro entre capos das máfias midiáticas.
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