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A Globo já opera em um cenário de impeachment consolidado, daí começar a campanha pela derrubada de Eduardo Cunha, sabidamente o administrador do carro-forte pemedebista, além de 'patrão' de quase metade dos deputados da atual legislatura.

Diante desse quadro, mesmo com Temer dizendo o óbvio, que não será candidato a presidente, em 2018, não tem voto e está inelegível, o que refreia qualquer voluntarismo por empolgação, é certo que o PMDB tomou do PSDB o protagonismo de principal opositor do legado petista, o que lhe dá a força necessária pra lançar candidato, mesmo de outra legenda, sabedor que não haverá chance a qualquer um que não tenha o aval da trupe temerária.

Antipatizando com essa circunstância, surge a poderosa mídia dos |Marinho pra tentar mudar esse quadro, provavelmente operando em favor de algum tucano, com o apoio de um PMDB mais fragilizado, o que implica destruir o cacife de Eduardo Cunha.

Não parece tarefa fácil, principalmente porque Cunha 'emprega' parlamentares de quase todas as legendas de aluguel, praticamente todo o baixo clero, enfim, bem mais que os 200 deputados citados pelo executivo da empreiteira UTC.

Ora, com essa gigantesca tropa é quase certo que o partido de Temer tenha desempenho vencedor nas próximas eleições municipais, principalmente nas médias e pequenas cidades, aqueles municípios de até 200 mil habitantes, credenciando-se a comandar a esmagadora maioria dessas quase cinco mil cidades nas condições citadas.

Levando-se em conta que o PSDB está muito mal em quase todas as grandes cidades, principalmente as capitais mais populosas como São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, sem contar as principais do Sul e do Nordeste, constata-se que a situação tucana é desesperadora, caso não surja um fato espetacular que modifique substancialmente esse quadro.

O mais certo, no entanto, é a Globo ser obrigada a aceitar sua condição de cúmplice do golpismo que apeou do poder legítimo uma presidenta séria e colocou em seu lugar um assaltante, rodeado de bandoleiros dispostos a saquear o erário, diante do que fica impossível passar a imagem de austeridade e defensora do exercício do poder por alguém que tenha conduta ilibada. Ilibada nem que seja só na manipulação midiática, que fique bem claro.

Assim, sua fama de golpista tende a perdurar por muito tempo, com o risco de ver essa postura pragmaticamente indecente render-lhe mais descrédito, importância e credibilidade. Paciência!