Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Dados preocupantes

No ano, real registra valorização de 23,3%

Dados recém-divulgados pelo Banco Internacional de Compensações (BIS) mostram que o real é a moeda com maior valorização no acumulado nos sete primeiros meses de 2016. O estudo revela ainda que entre as sessenta moedas analisadas, o Real obteve a segunda maior alta no mês de julho, ficando atrás apenas do rand, da África do Sul, que teve alta de 6,8%. Outras moedas que tiveram valorização relevante foram a chilena (3,9%), a russa (3,1%), a australiana (2,4%) e a colombiana (1,2%).

No acumulado do ano, a moeda brasileira apresentou uma forte valorização de 23,3%, com apreciação superior a do iene, do Japão, que valorizou em 15,3% e ao peso colombiano, que no período registrou alta de 13,8%. É importante destacar, assim como aponta o relatório, que o processo em curso não é recente. De maio a julho, o real acumulou valorização de 10,7%, sendo que nesse período a apreciação do real é expressivamente maior do que as duas moedas com maior valorização após a brasileira, a saber, o rublo russo (6,9%) e iene japonês (6,4%). Diferentemente, a libra esterlina encabeçou o grupo de moedas que depreciaram no período, com desvalorização de 6,5%, seguida pelo peso mexicano (-5,9%) e o yuan chinês (-3,6%).

Assim, a valorização do real corrói uma importante fonte de retomada da economia via exportações e agudiza o atual cenário para as indústrias no país instaladas. Nos últimos meses, a balança comercial de produtos manufaturados vinha apresentando resultado positivo. No entanto, a onda de forte apreciação da moeda brasileira tende a reverter esse resultado com efeito deletério sobre a retomada do emprego e da demanda, uma vez que os produtos brasileiros perdem competitividade no exterior e o mercado doméstico passa a ser alvo de uma maior entrada de produtos internacionais.
Dados do mercado de trabalho por regiões Brasil, sexo, idade e nível de instrução

Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) divulgados na semana passada detalham dados do mercado de trabalho para as grandes regiões do Brasil, por sexo, idade e nível de instrução. A pesquisa mostrou que, no Brasil, no segundo trimestre de 2016, entre as pessoas em idade de trabalhar, 38,3% não tinham completado o ensino fundamental, 43,7% haviam concluído pelo menos o ensino médio e 12,5% da população em idade de trabalhar havia concluído o nível superior, com diferenças regionais.

No segundo trimestre de 2016, 61,6% da população em idade de trabalhar estava na força de trabalho (trabalhavam ou procuravam trabalho). Deste contingente, 88,7% se encontravam trabalhando e 11,3% desocupados. Este último valor, que também pode ser chamado de taxa de desocupação, havia sido estimado em 10,9% no trimestre anterior e 8,3% no segundo trimestre de 2015. A região Nordeste permaneceu com as maiores taxas de desocupação ao longo de toda a série.

Ainda sobre a taxa de desocupação, ela ficou em 9,9% para os homens e 13,2% para as mulheres. A região Norte mostrou a maior diferença - seis pontos percentuais (p.p.) maior para as mulheres -, e o Sudeste apresentou a menor diferença -2,9 p.p. maior para as mulheres. Entre jovens de 18 a 24 anos de idade, ficou em 24,5% (versus 18,6% no ano anterior) e apresentou patamar elevado em relação à taxa média total (11,3%). Já por nível de instrução, a maior taxa de desocupação foi observada para pessoas com ensino médio incompleto (20,6%), e a menor para aqueles com nível superior completo (6,0%), conforme o gráfico abaixo.



O quadro negativo para o mercado de trabalho reflete também diversas desigualdades regionais, etárias, de gênero, entre outras, mostrando que cada grupo de trabalhadores é afetado pela crise de maneiras específicas. O quadro para mulheres, jovens e trabalhadores do Norte e Nordeste é especialmente preocupante.
(Fundação Perseu Abramo)

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