Antonio Anastasia, ao ler seu relatório pela cassação de Dilma, sequer a sinceridade do desabafo de Passarinho tem.
Se não manda às favas seus escrúpulos de consciência ao condenar uma governante eleita e uma mulher honesta, por crimes que, simplesmente, não existiram – e peritos e MP o afirmam -, mas apenas porque isso é parte do golpe político, mostra que, se escrúpulos não tem para lançar fora, queira o destino tenha uma consciência na qual lhe ardam a culpa e o remorso de sua vilania.
Senador, o tempo, que anistia os pecadilhos de qualquer existência humana, é impiedoso com o grande pecado dos liberticidas e dos golpistas.
Se os filhos, criados na fartura que a vida política democrática lhe deu, não se envergonharem de seu pai, os netos, um dia, inocentes, terão vergonha de dizer que o avô era um golpista. O nome pode ficar algum tempo batizando avenidas e praças, mas acabará sendo tirado de lá, como acabaram sendo os que não tiveram escrúpulosou os lançaram fora.
Não escrevo com ódio, mas constrangimentoem ver um homem prestar-se a isso.
Nada o obrigava ao papel de algoz, nada lhe exigia tomar o machado nas mãos.
Nada, exceto o seu sabujismo a Aécio Neves, ao playboy tardio que lhe deu, por procuração, o Governo de Minas, mesmo antes de que o senhor fosse eleito, porque administrar e trabalhar eram a ele tarefas enfadonhas.
Até agora, o senhor tinha o direito àquilo que todos nós temos: que o tempo que nos leva, levasse também nossos nomes ao descanso e ao esquecimento.
Mas o de Antonio Anastasia, agora, estará gravado no mármore da infâmia, com o título que nem Jarbas Passarinho mereceu: o que não mandou às favas seus escrúpulos porque sequer os tinha.
(Fernando Brito/ Tijolaço)
Nenhum comentário:
Postar um comentário