Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

domingo, 21 de agosto de 2016

A balança 'cega'


Pedido de vistas de um processo que já tramita há 12 anos é, mais do apologia da impunidade, um traço característico do caráter elitista da justiça brasileira.

Claro que o governador paraense Simão Jatene, beneficiário recente da citada medida, dispõe de todos os meios para colocar em ação uma armada causídica a fim de sensibilizar um magistrado atemporão na tomada da surreal medida.

No entanto, o pobre do garoto, hoje quase um senhor, que foi baleado por um policial em um sinal luminoso de um cruzamento, não consegue fazer com que a justiça obrigue o poder público a assistir e preservar a vida de alguém vítima da atitude de um celerado travestido de servidor público.

Com efeito, o rigor desproporcional dependendo da condição do apenado ou acusado diz muito a respeito da exclusão social que nos assola secularmente e nos faz uma das nações mais injustas do planeta. Todavia, isto parece ter sido ao longo dos séculos inoculado na sociedade, que tende a achar isso uma consequência natural do nosso quadro social. Ou seja, aquela frase de Rui Barbosa, 'toda justiça tardia é injustiça manifesta' acaba sendo um mantra para aquele poder da República que deveria proteger os direitos das pessoas, garantir a legitimidade das ações coercitivas e operar pelo estabelecimento de relações civilizadas. Lamentavelmente, os protagonistas dessa missão vêm falhando nessa missão.

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