Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

domingo, 24 de julho de 2016

Austeridade, cemitério e ginásio

Seguindo a trilha louvaminhesca, em troca de dinheiro público, o panfleto tucano/liberal exalta hoje o registro feito pelo congênere Valor Econômico a respeito da condição do estado do Pará como detentor do menor percentual de dívida pública no país, 9,7% de sua corrente líquida. A exaltação leva à comparação com a antecessora de Simão Jatene, Ana Júlia Carepa, quando o endividamento chegava a 25% da RCL.


Aparentemente, nada a contestar nesses número. No entanto, tudo a ponderar a respeito dos efeitos danosos dessa "economia". Simão entrou no governo esbravejando contra a gastança de Ana e imediatamente reduziu a capacidade de investimento do Pará a seu nível mais ínfimo, conforme mostrou o ex-deputado Claudio Puty em artigo publicado no mesmo panfleto há três ou quatro anos, o que gerou um estado marcado pelos índices mais infames em sua economia a ponto de perder a hegemonia da geração de empregos na Região Norte, esta uma condição verificada nos quatro anos do mandato da petista.

Há muitos outros indicadores a comprovar nosso empobrecimento e perda das oportunidades após essa austeridade de fancaria, de prosperar-se sem depender da bengala alienígena ou compensações financeiras tão a gosto de Simão. O caso da ALPA é emblemático do imobilismo de Jatene, que abandonou a construção daquela fábrica que nos tiraria da condição de 'província mineral' e nos alçaria à de estado produtor de manufaturados, mas o tucano preferiu ser muquirana e desperdiçou a chance.

Com mais de 900 mil famílias dependentes do Bolsa-Família, alta taxa de desemprego, baixo investimento arrocho salarial indecente, tunga de direitos sociais e serviços fundamentais ao desenvolvimento, tais como o Bolsa-Trabalho e o NavegaPará, pode-se avaliar o quanto somos vítimas dessa austeridade privata.

Pior de tudo é que essa economia não foi acompanhada de um gasto austero e racional, como mostra o exemplo daquele elefantinho em forma de ginásio poliesportivo, que consumiu algumas dezenas de milhões de reais e, como uma espécie de cemitério da fictícia cidade de Sucupira, da telenovela O Bem Amado, Simão não inaugura por falta de um 'presunto'. No caso, por falta de um evento esportivo que justifique, tanto a inauguração quanto a concepção de obra tão inútil. Isto pra não citar a própria reporcagem em tela como exemplo dessa austeridade hipócrita e pródiga em gastos inúteis.

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