O esquema era encabeçado por Aécio e Teotônio Vilela Filho (presidente do PSDB na época), que foram responsáveis por levantar recursos financeiros para eleger 50 deputados. Todo o montante foi solicitado durante a campanha do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que tinha conseguido a reeleição em 1998.
Os dois políticos conseguiram arrecadar R$ 7 milhões e ficou combinado que cada deputado receberia uma quantia de R$ 100 mil a R$ 300 mil. Machado disse que o maior montante desse valor foi destinado ao próprio Aécio.
“Os recursos foram entregues aos próprios candidatos ou a seus interlocutores; que a maior parcela dos cerca de R$ 7 milhões de reais arrecadados à época foi destinada ao então deputado Aécio Neves, que recebeu R$ 1 milhão em dinheiro”.
Machado segue descrevendo como o tucano recebia o dinheiro: “Com frequência, o deputado federal Aécio Neves recebia esses valores através de um amigo em Brasília que o ajudava nesta logística”, disse sem revelar o nome do tal “amigo”.
Machado também confirmou as suspeitas do esquema de corrupção em Furnas que envolvem Aécio: “Parte do dinheiro para a eleição de Aécio para a Presidência da Câmara veio de Furnas”. O ex-presidente da Transpetro ainda afirmou que o esquema de Aécio era de conhecimento de todos do PSDB.
“Todos do PSDB sabiam que Furnas prestava grande apoio ao deputado Aécio Neves via o diretor Dimas Toledo, que era apadrinhado por ele durante o governo Fernando Henrique Cardoso, e Dimas Toledo contribuiu com parte dos recursos para a eleição da bancada da Câmara à época”.
“Esses pagamentos de propina eram feitos em dinheiro oriundo de diferentes empresas e, em anos eleitorais, também por meio de doação oficiais a partir de julho. […] Durante a gestão do depoente [Machado] na Transpetro foram repassados ao PMDB, segundo se recorda, pouco mais de R$ 100 milhões cujas as origens eram propinas pagas por empresas contratadas”.
O depoimento de Machado envolve diversos políticos do mais alto escalão do PMDB como Renan Calheiros, o ex-presidente da República José Sarney e o ex-ministro de Temer, o senador Romero Jucá. No documento de sua delação, Machado disse que Renan Calheiros ficou com R$ 32 milhões de propina; Sarney recebeu R$ 18 milhões e Romero Jucá ficava com R$ 21 milhões.
(Portal Forum)
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