Jorge Paz Amorim

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Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

terça-feira, 28 de junho de 2016

Fuga para o passado


Como bem pontua o filósofo Slavoj Zizek, "Hitler apresentou o antissemitismo como uma explicação narrativa dos problemas vividos pelos alemães: desemprego, decadência moral e descontentamento social..."

Difusão semelhante ao ódio plantado pela classe média e seus meios de comunicação contra o PT e o multiculturalismo, tidos como as raízes dos males semelhantes ora vividos pela sociedade brasileira.

A falta de perspectiva histórica dessa atual roupagem reacionária, que cultua dogmas fundamentalistas contra o que não é espelho, está levando esse segmento social a movimentos tão bizarros como fantásticos, movidos pelo desejo de aniquilamento dos "judeus" de hoje: petistas, membros do LGBT, movimentos negros e todos aqueles segmentos sociais que vêm do fundo de uma sociedade marcada pela crueldade resistir contra retrocessos.

Então, o retrocesso fantasia-se de fantasma do passado a fim de assombrar o presente. Depois de surgir, no Rio Grande do Sul, um movimento de refundação da Aliança Renovadora Nacional(ARENA), partido de sustentação do golpe militar, composto predominantemente por empresários aliados do golpe de 1964, e políticos oriundos do partido que liderava a reação aos avanços sociais, marcados pela ascensão do trabalhismo, fundado por Getúlio Vargas.

Agora, surge um outro movimento nostálgico a fim de refundar a legenda que deu origem a todos os partidos reacionários pós 1945. Trata-se da União democrática Nacional, extinta em 1966, pelos golpistas de 1964, e absorvida quase em sua totalidade pela citada e famigerada ARENA; depois PFL; depois DEM.

Com efeito, quando o formalismo supera a essência, quando correm riscos os paradigmas que sustentam os privilégios desse extrato social e quando não há rito de sagração dessa ordem capaz de acalmar a angústia conservadora o jeito é dar mais um passo atrás, no sentido de dar à sociedade um viés nostálgico.

Mesmo que os rebentos desse caldo reacionário continuem protagonistas da cena política naquilo que lhes cabe, a carência da hegemonia ideológica continua sendo buscada como apascentamento da angústia daqueles que não se sentem seguros apenas com os desdobramentos desse ódio difundido contra seus opositores. Aí, a quantidade surge como auto engano e resgate de um passado em que os aparelhos ideológicos do estado conseguiam segregar o "inimigo' com mais eficiência.

Até a data dessa malsinada refundação é lapidar: nascerá, esse bebê de Rosimary, a 4 de julho. Credo!

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