Tempos difíceis

Segundo o site 'Brasil 247', Temer pretende formar um ministério igual ao atual, inclusive com a presença de Helder Barbalho(PMDB) e Gilberto Occhi(PP). Portanto, aquela conversa mole de notáveis era apenas mais um engana trouxa que os golpistas fazem pra dourar a pílula da farsa, bovinamente veiculado pela mídia venal e cúmplice do golpe.

Claro que nada disso dará certo, caso seja concretizado, ressalte-se, já que é grande a possibilidade da pressão internacional fazer com que o golpe dê meia volta, pelas brigas paroquiais insustentáveis que se seguirão ao day after golpistas. Por exemplo, é pouquíssimo provável que Barbalhos e Maioranas embarquem na mesma canoa e o jornal dos Maiorana troque a expressão "aquele que dispensa apresentações", como se refere a Jader Barbalho em alusão à fama de corrupto do senador, por um simples tratamento do mesmo simplesmente como senador.

Diante disso e da possibilidade que os governos petistas e as redes sociais proporcionaram ao público acesso ao comportamento de governantes, fica muito difícil que tenhamos a reedição de um governo Sarney na figura do golpista Temer. Com efeito, nesses tempos atuais, mais que parecer honesto Temer terá que ser honesto, chance quase zero de ocorrer diante da perspectiva de ter como ministro do Planejamento gente da laia de um Romero Jucá.

Além disso, rejeitado por mais de 95% da população, ainda, segundo pesquisa publicada no 247, o usurpador terá poucas chances de redimir-se diante da quantidade de compromissos assumidosmpor segmentos parasitas da infame elite brasileira, incomodada com a longa duração dada pelos governos petistas de Lula e Dilma a programas que favorecem a avassaladora parcela da população brasileira, até 2002 incluída apenas através de migalhas.

Com a credibilidade das gangues midiáticas, por motivos óbvios, no nível do cu do sapo, bem como a opinião pública encontrando-se em um outro patamar de exigência, fruto desses 13 anos de petismo desconstrutor de falácias do tipo 'aumentar salário mínimo é atiçar a inflação', os golpistas caminham para um beco sem saída política.

Devem vislumbrar o comando das Forças Armadas como porto seguro à aventura que empreendem, talvez, ainda embalados pela aventura de seus símiles de 1964. Essa disposição à repressão está, por sinal, estampada na abjeta performance do vil ladrão de merenda escolar Alckmin, em São Paulo, que transformou a PM do estado em milícia da Opus Dei a fim de proteger a si, Alckmin, e sua quadrilha, recorrendo à violência assustadora contra adolescentes que nada mais querem do que apurar a referida ladroagem de merenda escolar.

Certamente que os golpistas de 2016 sonham com a proteção das Forças Armadas, e da omissão do Poder Judiciário, para reprimir o povo. Apenas esquecem-se que o mundo não apoiará repressão nos moldes do golpe de 64, assim como é nítido que faltará cobertura midiática internacional ao que se está em vias de concluir agora. Enfim, cada vez que um irresponsável togado, um desqualificado detentor de mandato parlamentar tenta institucionalizar a repressão, mais percebemos que a população reage ao bestunto. Tempos difíceis se aproximam!