Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

quinta-feira, 5 de maio de 2016

CPI da Cerpasa, teatro chinfrim do PMDB


Em 2002, o governador do Pará, o tucano Almir Gabriel, implantou uma política de incentivos fiscais, na verdade, um arranjo tributário criado para legitimar um calote que a Cerpasa, Cervejaria Paraense S. A., havia dado no fisco. Em troca, a dita cervejaria despejou milhões na campanha à sucessão de Almir, o também tucano Simão Jatene.

A disputa foi marcada pelo acirramento, só sendo decidida em 2º turno, quando o PMDB resolveu apoiar Simão contra a petista Maria do Carmo,funcionando como partido fiel da balançacujos votos foram decisivos para a vitória tucana.

Naquele momento, é pouco provável que o partido de Jader ignorasse a tenebrosa transação feita entre os cervejeiros, privados e públicos, logo, a decisão pemedebista não foi por ingenuidade. À época, os Barbalhos alegaram que bandearam-se para a candidatura de Jatene em represália à negativa petista de apoiar Elcione Barbalho, candidata ao Senado à época e na iminência de ser derrotada por Duciomar Costa como, de fato,foi.

Claro que essa desculpa esfarrapada não é engolida sinceramente nem por vassalos que pegam o microfone da rádio do patrão e passam horas despejando aleivosias contra os ouvintes; assim como o silêncio em relação a Cerpasa foi conveniente e infinito enquanto durou o amor declarado em 2002.

O caso veio à tona quando as deputada estadual e vereadora, Araceli lemos e Sueli Oliveira, denunciaram a manobra escusa,processo que tramitou normalmente até que o STF,em 2004, determinou o fim da malsinada PIF, na verdade, ratifique-se, um caso típico de propinoduto.

O caso ainda encontra-se no STJ e, desde que virou desafeto de Simão, por conta deste optar pela amizade com os Maiorana em detrimento de seu criador e parceiro no MDA, o senador Barbalho mexe seus pauzinhos para tentar devolver o dito processo de cassação do mandato de Simão à pauta daquela Corte.

O resumo dessa ópera-bufa é conhecida de todo o povo paraense, nos quatro cantos do estado e não precisa de acréscimos opinativos para ter um desfecho. Bastaria apenas que a impunidade de certos grupos políticos que nasceram e cresceram empoderando-se através do roubo do patrimônio público chegasse ao fim, em vez de fortalecer-se através de golpes contra a nossa democracia.

Por isso, ao recusar-se a assinar uma anacrônica CPI da Cerpasa, proposta pela bancada pemedebista na ALEPA,os deputados petistas estão agindo de forma correta ao não chancelar esse lado teatral da política,que tanto mal tem causado ao povo brasileiro.

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