Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

terça-feira, 3 de maio de 2016

'Chega de Honestidade!'


A colunista Monica Bérgamo escancara, hoje(03), em sua coluna, as razões que fizeram o conluio político/jurídico optar pelo golpe contra a presidenta Dilma Rouseff a fim de dar seguimento ao modus operandi tradicional da política brasileira, baseada na apropriação da res publica por uma casta.

Diz a colunista, "Renan Calheiros é uma das pedras no caminho do STF, que reluta em afastar Eduardo Cunha do comando da Câmara dos Deputados. O presidente do Senado já responde a nove inquéritos. Caso vire réu, estará equiparado a Cunha. Ou seja, se os magistrados decidirem que o deputado não pode seguir no cargo por esse motivo, Calheiros deverá sofrera mesma punição. ..O efeito dominó de uma decisão contra Cunha coloca freios em alguns ministros do STF..."

Como um jogo de dominó não contém apenas duas pedras, conclui-se que, além dos dois citados, há muito mais gente encrencada e prestes a cair, caso a justiça cumpra seu dever. Então, feito a parábola do futebol, onde é mais fácil demitir o técnico do que trinta jogadores de uma tacada só, o STF acha mais fácil apear Dilma do cargo para o qual foi eleita pela maioria da vontade do povo brasileiro a fim de preservar um "time" de comprovados ladrões do dinheiro público.

Esqueça,portanto, essa estória de 'pedaladas fiscais', de impopularidade, crise econômica e o escambau. O pecado de Dilma é um só. Há uma enorme quadrilha montada no Tesouro Nacional que não pode ser desbaratada sob pena de implodir esse sistema político, que imagina já ter concedido anéis em demasia quando aceitou o fim do financiamento de empresas nas eleições. Mandar para a cadeia os chefes dessa engrenagem é enterrar por um bom tempo a casta diretista cevada nos tempos da ditadura e que atravessou incólume com a farsesca 'Nova República' a transição para o regime democrático e até hoje detém a s rédeas de nossa política.

Como no célebre parecer do senador Nei Suassuna, relator no processo de cassação do mandato do colega Luís Otávio Campos, este acusado de desviar R$13 milhões do Banco do Brasil, que bradou 'Chega de Honestidade!' Onde vamos parar com essa onda moralista em que todos nós somos suspeitos? Hoje é o senador Campos, amanhã serei eu, depois você, você, você...até não sobrar ninguém.

Pois é. Esse legado deixado pelo finado Suassuna parece estar tão vivo e presente na ação do Congresso e na omissão do Supremo Tribunal Federal que caminhamos a passos largos para sacrificar a democracia no altar das conveniências bandidas em nome desse inconveniente princípio(?) 'Chega de Honestidade!'


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