Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

segunda-feira, 9 de maio de 2016

A pressa busca a perfeição no cometimento do crime


Em geral, a elite política odeia ser contrariada. Isto vale até para decisões que exigem o máximo de medidas acautelatórias que garantam suas tomadas de decisão.

Renan Calheiros incorreu no Senado Federal no mesmo erro cometido por Eduardo Cunha na Câmara Federal. Só que Cunha obedecia seu desejo de vingança contra os deputados petistas integrantes do Conselho de Ética da Câmara, que declararam publicamente votar a favor da acusação de quebra do decoro parlamentar, por parte de Cunha.

A pressa de Renan é daquelas que só as tratativas de bastidores conseguem explicar, porém, não podem vir à tona por conta de seu alto teor explosivo, vulgo interesses inconfessáveis na finalidade de impedir o trabalho da justiça.

Os senadores sabiam que Cunha podia ser afastado, que a Procuradoria Geral da República pugnava junto ao STF pela nulidade de todas as decisões de Cunha no comando da Câmara dos Deputados, logo, decisões sujeitas a embargos caso o presidente da Casa sofresse, como sofreu, afastamento cargo.

Agora Renan classifica a decisão do atual presidente da Câmara como "intempestiva". Ora, como pode ser intempestiva se é referente à admissibilidade, prerrogativa da presidência da Câmara, logo, do deputado Valdir Maranhão, levando-se em conta o que defende a PGE?

No resumo dessa ópera-bufa, fica claro que a pressa que atropela passos de um rito, que cerceia etapas do debate e segue célere e sumário no rumo da consolidação de uma condenação orquestrada a priori, visa atingir um outro objetivo para o qual a presidenta da República parece ser um obstáculo.

Enquanto o país caminha para o caos institucional, com as duas casas legislativas que compõe o Congresso Nacional em conflito,  percebe-se que aqueles que estão determinados a golpear a democracia não estão dispostos a recuar um milímetro. Para eles, o sentimento é de que se o golpe não for dado já, não virá jamais.

E aí é que a porca torce o rabo e a inexplicável(em público) pressa segue à revelia da razoabilidade e sem uma justificativa legal plausível. No momento, é pouco provável que a Lava Jato, por exemplo, faça com Renan o que fez com Cunha, apesar dos buchinchos da semelhança entre a situação de ambos.

Certeza, apenas uma: Dilma precisa sair a fim de que todos os conspiradores possam ter como enfrentar as acusações que sofrem usando do poder que a usurpação lhes outorgará. Sem isso, a blindagem que o exercício de poder usado como moeda de troca, não há salvação. Daí a pressa. Será?

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