Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

sábado, 31 de outubro de 2015

A verdadeira ladroagem que os ladrões de verdade ocultam

É muito comum a afirmação de que no Brasil a carga tributária é alta, mas pouco se fala sobre o tamanho do rombo nas contas públicas causado pela sonegação de impostos. Levantamento do Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional (Sinprofaz) indica que o país soma mais de R$ 1,162 trilhão em débitos tributários inscritos na Dívida Ativa da União. É tudo aquilo que o Estado brasileiro tem que receber judicialmente de pessoas físicas e jurídicas que deixaram de recolher seus impostos.

A maior parte desses débitos (62% ou R$ 723,3 bilhões) são de cerca de 12 mil empresas. O segmento que lidera o ranking dos maiores débitos tributários do país é o industrial, seguido pelo comércio e atividades financeiras.

“Quem sonega imposto no Brasil não são pobres, trabalhadores e classe média. Esses pagam na fonte, o salário já vem descontado, ou então pagam imposto indireto quando adquirem um bem ou quando pagam um serviço. A sonegação é praticada basicamente por grandes empresas, que têm verdadeiros exércitos de advogados pra driblar a legislação e deixar e recolher tributos devidos”, explica João Sicsú, professor do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Os dados do levantamento do Sinprofaz revelam que débitos tributários representam mais de 580 vezes os valores desviados da Petrobras, segundo a Operação Lava Jato, oito mil vezes os valores apurados no mensalão e mais de 60 vezes as cifras citadas na Operação Zelotes.

Sonegômetro

Apesar dos valores astronômicos da sonegação, apenas cerca de 1% é recuperado aos cofres públicos. “Isso é muito pouco. Recuperamos por ano cerca de R$ 13 bilhões. Um investimento maior de cobrança dessa dívida poderia fazer o orçamento da União crescer muito”, sustenta João Sicsú, da UFRJ.

Foto: Marcello Casal Jr.

A campanha Quanto “Custa o Brasil pra Você?”, do Sinprofaz, mantêm o painel Sonegômetro, que registra, segundo a segundo, o montante sonegado no Brasil. Em outubro, esse valor já passou dos R$ 426 bilhões e vai chegar R$ 500 bilhões até o fim do ano, o que representa mais de 10% da economia do país.

Segundo o sindicato dos procuradores da Fazenda Nacional, “cerca de 80% [desse valor] passou por mecanismos sofisticados de lavagem de dinheiro”.

Em recente entrevista, o presidente do Sinprofaz, Achilles Frias, comparou os R$ 426 bilhões em impostos sonegados com a meta de ajuste fiscal de R$ 66 bilhões de reais perseguido pelo governo federal. “Se analisarmos os números trazidos pelo painel da sonegação verificamos como é injusta e desnecessária toda essa recessão imposta à população”, avaliou.

“O que gasta com saúde, educação, habitação, Bolsa Família e seguro-desemprego não chega a R$ 300 bilhões por ano. E o Brasil, só esse ano, além de pagar R$ 500 bilhões em juros da dívida pública para banqueiros e empresários, ainda vai deixar de cobrar outras centenas de bilhões em impostos sonegados. Nós precisamos repensar os gastos do governo, de arrecadação, mas também de cobrança”, argumenta o professor de economia João Siscú.
(Brasil de Fato)

O lado escuro do ”outro lado” no jornalismo sensacionalista de Época




A revista Época especializou-se em distorcer e manipular documentos, muitos deles vazados de forma ilegal, para difamar e caluniar o ex-presidente Lula. Esta semana, a revista, e o autor da matéria, Thiago Bronzatto, fazem isso novamente.

A revista não tem interesse em entender ou reportar os fatos de forma fiel, quer apenas construir ilações. Não tem o que se chama de jornalistas investigativos: são apenas redatores sensacionalistas, operando documentos vazados ilegalmente. Não apresenta fatos, quer apenas especular e fazer barulho em cima de tais documentos, tentando criar factoides políticos, vender mais revista e fazer audiência em redes sociais.

Não respeita o contraditório e engana os leitores, vendendo como “novidade” matérias requentadas. Por exemplo, colocando a tarja “Exclusivo” na capa desta semana, para um tema tratado em agosto por sua concorrente mais famosa e ainda mais mentirosa.

Para simular que ouve o “outro lado”, quase toda sexta-feira envia à assessoria do Instituto Lula burocráticos e-mails com perguntas cifradas, que escondem tema principal da matéria e o teor das ilações. A essa altura da produção da revista, as teses e especulações já estão prontas e, muitas vezes, até divulgadas no twitter do editor-chefe.

Nestes e-mails, seus jornalistas disfarçam ou sonegam informações necessárias para as respostas adequadas, como aconteceu mais uma vez nesta sexta-feira. Procurada pelo repórter Thiago Bronzatto, com perguntas que remetiam a um relatório do Coaf vazado de forma ilegal para a revista Veja, em agosto, a assessoria de imprensa do Instituto Lula perguntou diretamente: “É sobre o relatório do Coaf que a Veja já deu em agosto?”. O repórter de Época se recusou a esclarecer essa questão simples. Pior: ele mentiu, associando as perguntas a diferentes operações da Polícia Federal e Ministério Público, quando na matéria ele diz, e não dá para saber se é verdade também, que obteve o documento através da CPI do BNDES.

A questão não é menor: existe hoje uma investigação sobre o vazamento das informações desse relatório do COAF. O ex-presidente Lula e a empresa LILS solicitaram ao Ministério da Justiça, ao Ministério da Fazenda e à Procuradoria-Geral da República que apurem, na competência de cada instituição, as responsabilidades pela violação criminosa do sigilo bancário da empresa de palestras criada por Lula após deixar a presidência da República, a LILS.

No e-mail, o repórter já criminaliza os fatos, ao dizer que Lula teria feito “operações atípicas” no “mercado segurador”. Na realidade Lula apenas adquiriu um plano de previdência privada com o dinheiro ganho em palestras. É isso que informa o relatório do COAF, vazado criminosamente para Veja e requentado pela Época.

Numa apuração honesta, não era necessário perguntar nada ao Instituto Lula; bastaria conferir a nota que emitimos em 18 de agosto.

Não há nada de ilegal na movimentação financeira do ex-presidente. Os recursos são oriundos de atividades profissionais, legais e legítimas de quem não ocupa nenhum cargo público: os valores mencionados no vazamento ilegal se referem a 70 palestras contratadas por 41 empresas diferentes, listadas no link acima. Todas palestras realizadas, contabilizadas e com os devidos impostos pagos. Tem palestra até para a Infoglobo, do mesmo grupo de comunicação que edita a revista Época.

Se Época acha que o valor pago é alto, poderia perguntar à direção do Infoglobo, que pagou o valor da palestra e que explicou, no jornal O Globo, que o fez por “participar de iniciativas que contribuem para o desenvolvimento e a promoção do Rio de Janeiro. Em 2013, com esse objetivo, a empresa apoiou a Fecomércio-RJ na realização de um seminário sobre o mapa do comércio no Estado do Rio. Além de divulgar o evento em seus jornais, a Infoglobo arcou com os custos dos palestrantes, inclusive do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.”

Fazer palestras para uma empresa não implica em nenhuma outra relação e é uma prestação de serviço pontual que mantém a total independência do ex-presidente em relação ao contratante. Tanto que o ex-presidente ter feito uma palestra para a Infoglobo não o impede, ou sua família ,de mover processos contra o jornal, por exemplo, pela mentira contra o filho do ex-presidente publicada por Lauro Jardim em sua estreia em O Globo, na capa dominical do diário. Mentira pela qual até hoje, nem o colunista nem o jornal se retrataram publicamente.

Jornalistas de Época caluniam, mais uma vez, ao chamar Lula de lobista e já estão sendo processados por isso na justiça, junto com o editor-chefe Diego Escosteguy.

Sobre a patética campanha de parte da imprensa tradicional e familiar brasileira contra Lula e sua família, que só esse mês rendeu 5 capas ofensivas de revistas semanais contra ele, o ex-presidente, com tranquilidade, declarou na última quinta-feira em Brasília:

“Eu só queria que vocês não ficassem preocupados com esses problemas porque digo sempre: ninguém, podem ter certeza, ninguém precisa ficar com pena. Se tem uma coisa que aprendi na vida é enfrentar adversidades. Podem ter certeza. Se o objetivo é truncar qualquer perspectiva de futuro, então vão ser três anos de muita pancadaria. Três anos. E podem ficar certos: eu vou sobreviver. Não sei se eles sobreviverão com a mesma credibilidade que eles acham que tem. Mas eu vou sobreviver.”
(Instituto Lula)

Direita, volver!

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(foto 247)


O PMDB produziu um documento político aparentemente pra ser referendado na convenção nacional do partido e credenciar-se a orientar o partido na sua trajetória até 2018. No entanto, ávida pra dar um golpe em Dilma, a direita midiática já trata o texto como a saída milagrosa para a crise, conforme editoriais publicados hoje na Folha e no Globo.

E vão mais além. Ao ressaltar que o passado condena o partido do vice presidente,  já sugerem o que os pemedebistas deverão fazer, caso queiram novamente ser abraçados como os queridinhos da indústria do entretenimento vira lata. Tarefa na qual os tucanos fracassaram nesses doze anos. Então, o alicerce de referências corretas para balizar um grande e necessário acordo entre partidos e a sociedade pode até ser de autoria da trupe de Temer, mas o condottiere terá que alguém saído da cabeça e do coração dos chefões da direita. Ele mesmo. José Serra, preferência de dez entre dez escrevinhadores ou palradores midiáticos que vivem a ditar regras ao povo brasileiro.

Não vejo muitas dificuldades pra firmarem esse pacto. O PMDB aceitou tranquilamente a solução Sarney, após a morte de Tancredo, quando legalmente quem deveria assumir era o presidiente da Câmara Federal, Ulisses Guimarães, já que Tancredo foi eleito mas  não havia tomado posse. Mas Ulisses era considerado esquerdista demais pelos ainda donos do poder em 1985, surgindo daí a solução Sarney.

O governo Sarney consolidou o PMDB com o perfil igual ao do velho PSD pré 1964,tornando a legenda de Ulisses Guimarães o maior herdeiro de tudo aquilo que a ditadura militar impôs à democracia naquela travessia, tanto que até hoje é ao mesmo tempo o maior beneficiário e principal defensor de que tudo continue como está politicamente.

Serra é claramente o Sarney do Temer. As ressalvas, “Cronicamente identificado como uma federação de interesses fisiológicos, o partido traz à luz um documento no geral sensato e positivo no que diz respeito à política econômica. Hesita-se, portanto, entre recebê-lo com algum ânimo ou com o mais puro ceticismo. Com esse conjunto de propostas, o PMDB se habilita a apresentar-se, em algum momento, como alternativa viável de poder. Afasta-se do papel subalterno que vinha exercendo no esquema petista”, feitas pelo editorial da Folha, omitindo convenientemente que o partido desempenhou o mesmo papel quando vivíamos sob o império da privataria tucana a fim de que a "sugestão" não seja vista como a imposição que realmente é, mas apenas uma transição pacífica.

Humhum, pois sim.Em qualquer cenário que venha depor a presidenta eleita legitimamente pela maioria do povo brasileiro, estaremos pisando no terreno próprio do golpismo levando o país a um quadro de confronto de proporções inimagináveis.

Colocar o Serra no PMDB pra disputar o cargo com Lula, Marina, um tucano e um ou dois da extrema direita é legítimo e faz parte dos novos delírios do conservadorismo: um quadro sucessório sem a presença de um petista na disputa. O que se espera é que isso ocorra dentro dos marcos legais e sob um ambiente em que predomine a civilidade. Apenas isso.


Promotor chama Simone de Beauvoir de “baranga francesa”


Ao comentar a questão do Enem sobre violência contra a mulher, Jorge Marum causou revolta pelo tom de deboche em relação ao tema: “Mulher não nasce mulher, nasce uma baranga francesa que não toma banho, não usa sutiã e não se depila”. A declaração rendeu uma nota de repúdio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)


O promotor de Justiça Jorge Alberto de Oliveira Marum, de Sorocaba (SP), causou revolta nas redes sociais ao comentar a questão do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) sobre violência contra a mulher. A publicação feita em seu perfil no Facebook chamou a atenção pelo tom de deboche ao tratar de temas relacionados à igualdade de gênero.

“Exame Nacional-Socialista da Doutrinação Sub-Marxista. Aprendam jovens: mulher não nasce mulher, nasce uma baranga francesa que não toma banho, não usa sutiã e não se depila. Só depois é pervertida pelo capitalismo opressor e se torna mulher que toma banho, usa sutiã e se depila”, escreveu. A declaração fazia referência à célebre frase de Simone de Beauvoir -”Não se nasce mulher, torna-se mulher” – e rendeu uma nota de repúdio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

O órgão se mostrou crítico à postura do promotor e classificou como “inaceitável” esse tipo de comportamento, que “fere, silencia e deslegitima uma luta, que por séculos vem reivindicando e conquistando os direitos humanos das mulheres e meninas”, conforme foi divulgado no comunicado. Depois de ser denunciado por diversas páginas feministas, Marum apagou a postagem, disse que estava sendo irônico e que foi mal interpretado em suas colocações.
(Portal Forum)

Bico de urubu?




Bicudo: lobista da Alstom



Uma das faces de Hélio Bicudo é conhecida há cerca 40 anos, quando ele se destacou como procurador de justiça no combate aos esquadrões da morte. A outra é mais recente: a do ex-petista indignado com a corrupção, que quer o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Mas há ainda uma terceira face de Bicudo, esta desconhecida dos brasileiros: a de intermediário de contratos no setor elétrico. A considerar o que a Justiça da Suíça apurou sobre a corrupção do grupo multinacional Alstom no Brasil, Bicudo é um moralista sem moral.


“Bicudo era um intermediário e como tal ele viabilizou em 1971 um importante contrato para a Cogelex no Brasil”, definiu um ex-executivo do da Alstom no Brasil, o francês Michel Yvan Cabane, em depoimento prestado ao Ministério Público da Suíça, em 2009.

A Cogelex faz parte do grupo Alstom e, na época em que Bicudo viabilizou o contrato para a empresa, a multinacional ampliava sua atuação no Brasil, com obras, serviços e venda de equipamentos para a Eletropaulo, na época uma empresa pública, e também para Furnas.

Cabane contou que contratou Bicudo porque ele “era naquela época consultor jurídico de uma parte do governo”. O ex-executivo lembrou ainda que o então procurador de justiça tinha um sobrinho, Mário Bicudo Filho, que era diretor jurídico da CESP, a empresa estatal que cuidava da geração de energia em São Paulo.

O trabalho dos dois Bicudos em favor da Alstom atravessou a década de 70, permaneceu na década de 80 e ainda se manteve na década de 90. Eles eram tão conhecidos da multinacional francesa que, em anotações apreendidas pela polícia suíça, os executivos se referem a eles como “Tonton” (titio em francês) e Neveu (sobrinho, na mesma língua).

Segundo Cabane contou em depoimento de colaboração com a justiça suíça, Titio Hélio recebeu comissão em 1983 pela assinatura de um contrato para a construção de subestações de energia da Eletropaulo para alimentar o Metrô de São Paulo – uma delas, no bairro do Cambuci, recebeu o nome de Miguel Reale, pai do parceiro de Bicudo na campanha pró-impeachment.

Em 1989, quando a Cogelex/Alstom se movimentou para ganhar um novo contrato com o Estado, no valor de 50 milhões de dólares, o nome de Bicudo é novamente citado num manuscrito, sob alcunha Tonton, para lembrar que empresa deveria pagar comissão a ele e a J.L., identificado como João Leiva, secretário de Obras do governo Quércia.

Em 1994, o sobrinho Mário Bicudo Filho é que aparece, numa referência à assinatura de um contrato de consultoria fajuto, elaborado para disfarçar a intenção de pagar 8,5% de propina, caso ele conseguisse tirar do papel o projeto de uma nova subestação de energia em São Paulo. Nuveu (o sobrinho) morreu em 1995, sem conseguir colocar a mão nesse dinheiro.

Quem tirou o projeto do papel foi Robson Marinho, que deu andamento ao contrato em 1995, depois de assumir a chefia da Casa Civil do governador Mário Covas.

Ainda estatal, no governo Mário Covas obteve financiamento e a subestação saiu do papel. Robson Marinho foi para o Tribunal de Contas do Estado, nomeado por Mário Covas, e lá, mais tarde, aprovou o contrato, mesmo tendo sido assinado sem realização de concorrência pública.

Em troca, além das comissões pagas a Hélio Bicudo no passado, quando o contrato principal foi assinado, a Cogelex/Alstom liberou propina para Robson Marinho e outras autoridades do governo do Estado, não nomeadas, mas que, com o aprofundamento das investigações, é possível identificar, pois se trata do secretário de Energia (identificado na papelada na Alstom por S.E.) da época.

O francês Michel Cabane, delator do esquema da Alstom no Brasil



Um dos que ocuparam a Secretaria foi Andrea Matarazzo, que ficou apenas alguns meses no cargo. O outro é David Zilberstein, então genro do então presidente Fernando Henrique Cardoso, que permaneceu mais tempo à frente da Secretaria.

As anotações da diretoria da Alstom registram o pagamento de propina “ao partido do governo” – PSDB. Cabane, o executivo que entregou Bicudo no depoimento colaborativo à Justiça, disse que não sabia quem, em nome do partido do governo, recebeu esse dinheiro.

Segundo ele, a resposta poderia ser dada por outro executivo da Alstom, Jonio Kaham Foigel, que mora em São Paulo, mas não foi localizado para depor e responde à revelia processos civil e criminal. Hélio Bicudo escapou do processo em razão do tempo em que, comprovadamente, recebeu dinheiro da Alstom.

Hélio Bicudo foi chamado para depor no Ministério Público Estadual, onde a investigação é conduzida por dois promotores conhecidos pela independência, José Carlos Blat e Sílvio Marques.

Bicudo é apresentado como um homem com pleno domínio de suas faculdades mentais, mas não soube (ou não quis) responder a uma pergunta simples: ele tem ou teve conta na Suíça?

Disse que é possível que tenha tido, já que recebia seus “honorários” por depósitos bancários da matriz. Honorário é como ele chama o dinheiro que recebeu da Alstom. Disse que seu trabalho era o de advocacia – segundo ele, permitido pela lei da época, em caso de licitação internacional.

Ainda que a lei permitisse que um procurador de justiça atuasse num caso envolvendo interesses do Estado, o que não permitia, a versão de Bicudo se choca com o depoimento do réu colaborador Michel Cabane.

À pergunta dos procuradores suíços sobre a existência ou não de licitação, o ex-executivo da Alstom disse:

“A resposta é não”, disse. “O primeiro projeto chegava mais ou menos à casa de 80 milhões de dólares e para isso não houve licitação internacional”, acrescentou.

Em nenhum trecho do depoimento, Cabane diz que buscava em Bicudo seus conhecimentos jurídicos. Era “intermediação”.

Em São Paulo, depois de ouvir Bicudo, os promotores se reuniram para discutir a hipótese de processar o ex-procurador de justiça, mas concluíram que a ação de Bicudo é anterior à lei de improbidade administrativa, o que tornaria o processo nulo.

No âmbito criminal, eles avaliam que, se o caso fosse recente, ele seria ser enquadrado, no mínimo, pelo crime de advocacia administrativa. “Com certeza, seria exonerado do Ministério Público”, disse um dos promotores.







Reservadamente, eles até admitem que, fosse Bicudo mais jovem, poderiam lhe dar alguma dor de cabeça. Mas quem tem disposição para processar um homem de 93 anos de idade?

Sílvio Marques e Blatt fazem parte da equipe responsável pelos processos que bloquearam os bens da família Maluf e resultaram na repatriação de 1 milhão de dólares, o equivalente a R$ 3,9 milhões de reais, que Celso Pitta mantinha num banco das Ilhas Cayman.

Os promotores também conseguiram trazer do exterior 80 milhões de dólares, entre depósitos bancários da família Maluf e o dinheiro da indenização dos bancos que admitiram o erro por lavar dinheiro de corrupção na prefeitura de São Paulo.

Mais surpreendente do que o cerco a Maluf e Pitta foi a ação que levou ao afastamento de Robson Marinho do Tribunal de Contas do Estado, pelo ineditismo da punição a um tucano.

Justiça seja feita: nada disso teria acontecido se, em 2004, uma auditoria interna da KPMG não tivesse descoberto na contabilidade da Alstom a transferência de 20 milhões de euros (o equivalente a 100 milhões de reais) para a Suíça e Liechtenstein. Era o fio de um novelo que levaria ao caixa 2 usado pela empresa para corromper autoridades mundo afora.

Para esconder provas, antes que o inevitável processo fosse aberto na França, a Alstom carregou um caminhão com documentos e despachou tudo para a Suíça, onde, sem que os franceses soubessem, já havia uma investigação em andamento.

“Os policiais suíços foram até o endereço da Alstom na Suíça e apreenderam tudo”, conta Sílvio Marques, que já esteve quatro vezes em Berna, capital da Suíça, em busca de provas para o inquérito civil que abriu em São Paulo, depois que tomou conhecimento, em 2008, de que Wall Street Journal havia publicado uma reportagem denunciando a corrupção da Alstom na Eletropaulo e no Metrô de São Paulo.

Marques disse que os documentos sobre a Alstom lotam armários de uma sala de 100 metros quadrados num prédio de Berna, com documentos sobre a atuação da Alstom no mundo todo.

O Brasil tem um armário só para ele, e o nome Furnas não é desconhecido dos suíços. Mas, para investigar a estatal, o Ministério Público Federal ou o Ministério Público do Rio de Janeiro, únicos com competência para apurar crimes em Furnas, nem precisariam ir tão longe.

Bastaria investigar a lista assinada em 2002 por um diretor da empresa, Dimas Fabiano Toledo, confessando o caixa 2 que abasteceu 156 políticos, todos da base do então presidente Fernando Henrique Cardoso. Além dos corruptos, Dimas nomeia os corruptores, e a Alstom é uma das primeiras empresas relacionadas.

Dimas fez a lista para que nunca se tornasse pública e servisse de instrumento para pressionar políticos a lutarem pela sua manutenção no cargo – o que conseguiu.

Mas, em 2005, no auge da crise do mensalão, a lista apareceu, com os nomes como Aécio Neves, José Serra, Geraldo Alckmin, Sérgio Cabral e Eduardo Cunha.

A lista é autêntica, como já comprovou perícia da Polícia Federal, mas sucessivos chefes da Procuradoria Geral da República agem como se ignorasse o fato e parecem acreditar na versão da Polícia Civil de Minas Gerais, insistentemente divulgada ao tempo em que Aécio era governador do Estado, de que a lista é obra de uma quadrilha de falsários.

Esta semana, foi-se mais uma esperança de que, enfim, a lista fosse investigada pelo Ministério Público. O atual procurador geral, Rodrigo Janot, se opôs ao aprofundamento da investigação sobre o ex-governador Antônio Anastasia, citado na Operação Lava Jato como destinatário de um dinheiro de caixa 2, que poderia ser de Furnas.

Janot já tinha se manifestado contra a abertura de inquérito, mesmo depois do doleiro Alberto Youssef dizer que despachou dinheiro de caixa 2 para Belo Horizonte e o portador dizer que a pessoa que ficou com a quantia de 1 milhão de dólares se parecia com o ex-governador de Minas.

Para Janot, não era indício suficiente. Depois disso, uma moradora de Belo Horizonte enviou apontou, em denúncia enviada para um e-mail da Presidência da República, a casa de uma prima de Aécio Neves como o local onde Anastasia teria recebido o dinheiro.

É uma mansão feita de pedras, no bairro de Belvedere, em Belo Horizonte. Eu estive lá e apurei que o endereço era muito frequentado por políticos, inclusive para participar de festas. Para Janot, o indício não é suficiente sequer para abrir um inquérito.

Então tá.




(Joaquim Carvalho/ DCM)

O vulgar fascismo judicial

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No texto da nova juíza da Zelotes, muitas frases copiadas de Sergio Moro: sempre no sentido de mandar prender pessoas independente de provas, porque elas "não podiam não saber".
É o fascismo judicial mais vulgar.
Moro escreveu - não se esqueçam! - o famoso voto de Rosa Weber na condenação de Dirceu: aquele em que Weber afirmou que não tinha provas para condená-lo, mas a literatura assim o permitia...
Ao invés de pegar os grandes sonegadores, a nova Zelotes quer se tornar uma nova Lava Jato.
Por isso esqueceu qualquer pretensão de seriedade investigativa, esqueceu todas as grandes empresas e esquemas criminosos que vinha investigando na primeira etapa, e aderiu ao circo político que fez tanto sucesso junto aos zumbis e mortos-vivos que ainda acreditam nesta imprensa golpista e mercenária.
(O Cafezinho)

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Quem sabe, (P)podemos?


Se a esquerda brasileira não se renovar para novas alternativas de governabilidade, poderá perder o seu sentido histórico transformador.

A dívida pública líquida da Espanha é 92,5% do PIB do país e a dívida acumulada do setor privado, hoje, alcança 179% do PIB (nível que não se alcançava desde 2006), embora a dívida das famílias e empresas, na Espanha, tenha caído 1,9 bilhão de euros desde 2010. Este é o ambiente econômico no qual a sociedade espanhola vai enfrentar as eleições de 20 de dezembro, que julgará o mais formidável ajuste feito em sua história, depois da reconversão industrial promovida por Felipe Gonzalez, na transição do franquismo, que foi conduzida, no campo progressista, pincipalmente pelo Partido Socialista Obrero Espanhol (PSOE) e pelo Partido Comunista Espanhol (PCE), hoje comandando a Izquierda Unidade (IE).

No continente europeu, a Polônia fez um importante giro à ultradireita, cética em relação à Europa, nas eleições nacionais que se encerraram em 26 de outubro. Em toda a Europa há uma crise sem precedentes da representatividade política, dos partidos e das instituições democráticas: uma crise da política em sentido lato. Esta crise deixa claro que as questões sociais e econômicas mais graves, que afetam as nações e o próprio continente, não tem resolutividade no tipo de democracia de representação, tal qual a União está constituída. É preciso mais democracia para as decisões da UE -não menos democracia- combinando a integração econômica com o respeito às soberanias nacionais, para que os seus Governos possam encaminhar as questões atinentes às desigualdades e a pobreza, que existem sobretudo nos países mais pobres ou mais endividados.

Uma massa enorme de “refugiados estáticos” -o Mediterrâneo é a fronteira de um mundo civilizado que supõe proteção- pressiona a velha Europa, fragmentada também por uma crise dos seus valores. Eles foram exemplares para o mundo ocidental, mas hoje estão petrificados nas fronteiras balcânicas, nas reuniões de Comitês, conclaves de Ministros, de Chefes de Estado e de Governo, lembrando muito a paralisia política e a indiferença medíocre, que precedeu os primeiros dias da Segunda Grande Guerra. A Agência Europeia de Fronteiras da UE, financiada com orçamento comunitário, já levanta a hipótese de “centros fechados”, para refugiados, trazendo à memória, não só os campos de internamento posteriores à Guerra Civil Espanhola, mas também os famigerados campos de concentração nazis. A crise dos refugiados e dos imigrantes põe a nu a decadência da ilustração no continente

A compreensão deste ambiente espanhol e europeu é importante, não só para avaliarmos a crise política no Brasil, por analogia, mas, sobretudo, para a esquerda brasileira e latino-americana pensar um futuro que se avizinha. A depender das eleições espanholas de dezembro, da formação do novo Governo de minoria (de centro-direita) em Portugal, da solução da “crise grega” e do avanço de Marine Le Pen -na França- o “giro” europeu não será propriamente em direção a uma direita democrática. A direita tradicional, partidária e institucionalizada, também está em crise e seu eleitorado -como também parte do eleitorado de esquerda-marcham em direção às novas organizações políticas que “negam” a política, e formações de caráter fascista e neofascista que, na Alemanha, por exemplo, já se opõem à sra. Merkel, pelo simples fato que ela não é vanguarda nas hostilidades contra os refugiados.

As eleições de dezembro, na Espanha, tem um caráter emblemático nesse processo. O PSOE apresenta como resposta aos ajustes do atual Governo (PP), fundamentalmente a inclusão, na Constituição, do direito a uma renda mínima e, no plano da governança, um combate mais duro à corrupção. Sánchez, seu líder atual, comunga de uma visão centrista socialdemocrata, que considera arcaicas -por exemplo- as instituições de proteção ao trabalho, conquistadas nas duras lutas sociais do século passado.

A Izquierda Unida propõe uma auditoria na dívida pública, para declarar ilegal e ilegítima uma parte dela e repactuar a UE, visando, com estes recursos, recuperar o controle das finanças públicas e o controle público dos setores estratégicos da economia, como a produção e a distribuição da energia. A IU combina estas medidas também com a defesa do direito universal a uma renda básica. O Podemos assumira, nos seus primórdios, a mesma defesa da auditoria da dívida, que deixou de constar do seu programa, depois do debate sobre qual seria a sua posição, se assumisse o Governo, sobre a permanência, ou não, na moeda europeia.

Uma nova organização democrática de centro-direita, “Ciudadanos”, surge como uma forte alternativa nas classes médias espanholas, setor social que constitui um grande contingente da população. Esta nova formação surge como alternativa aos Podemos (face sua posição de esquerda e alguma indefinição em relação aos temas europeus), e como alternativa ao PP - Partido do atual Governo Rajoy - com um discurso de defesa extremada do mercado, mas progressista em relação aos direitos individuais, condição sexual, temas ambientais (opondo-se ao conservadorismo tradicional do PP nestas questões), empolgando uma boa parte do eleitorado que irá votar em 20 de dezembro.

O Podemos apresenta a proposta de um plano geral de combate à desigualdade e a pobreza, cujo custo seria aproximadamente de 60 bilhões de euros. O partido propõe, se governar, manter um déficit orçamentário de 1,5 % do PIB (um déficit, não um superávit!), combinando-o com uma reforma fiscal (com aumentos de impostos para os mais ricos e alívio fiscal para as empresas familiares e PIMEs), arguindo que não haverá recuperação econômica justa enquanto, na Espanha, mais de 10 milhões de pessoas viverem em níveis considerados abaixo da linha de pobreza.

Duas observações importantes sobre a situação da Espanha e da União Europeia: os grandes temas macrofinanceiros não são mais decididos, hoje, no espaço político nacional, mas sim em nível europeu, espaço controlado pela Alemanha, o país economicamente mais rico e mais saudável em termos financeiros; os temas do mundo trabalho, hoje, na Europa, estão integrados com os temas da imigração e da precariedade contratual, o que tem diminuído a força política dos sindicatos, que foi elemento decisivo para o pacto socialdemocrata, que ainda preserva vestígios sociais importantes em vários países europeus.

A grande diferença da situação atual em relação à época que surgiu o Podemos é que o debate político de fundo voltou ao controle dos partidos tradicionais - PSOE e PP - que não apresentam diferenças substanciais nas suas propostas de Governo, mas apenas se dividem entre maior ou menor potência nas políticas sociais - sem discordâncias de fundo quanto ao “ajuste”. O PSOE renunciou definitivamente a reformar o seu projeto de Estado-de-bem-estar, esmagado pela dívida pública, e o PP fez uma pequena inflexão para o centro, admitindo algumas políticas compensatórias dentro da crise, para enfrentar o debate eleitoral numa situação menos constrangedora.

Ao contrário do que se possa pensar, usando uma dogmática tradicional da esquerda, não se trata de uma “traição” da atual socialdemocracia à tradição de “esquerda” do modelo social europeu, mas sim de uma decorrência estrutural de uma integração, cujo controle jurídico e político foi totalmente do capital. E que não sofreu, à época, mais do que uma oposição formal da esquerda europeia -a maior parte dela encantada pelos financiamentos fáceis dos fundos europeus- que, ao mesmo tempo que bancavam as transições políticas democráticas, também bancavam uma integração dependente: a alienação da soberania feita rapidamente- na moeda única- foi o valor político de troca para a democracia. O marco, se ainda fosse vigente, estaria valendo, hoje, o dobro do euro, o que exigiria -da Alemanha principalmente- ajustes brutais “duros”, para a sua participação virtuosa no comércio internacional.

A grande verdade é que o medo de “sair do euro” -temor de que seja gerada uma situação econômica de maiores dificuldades e pobreza- é que constitui o alicerce dos partidos tradicionais que, em cada eleição repõem o medo do “atraso”, para fazer valer o valor da estabilidade política que só eles, aparentemente, podem oferecer. Daí a queda de aproximadamente um terço dos votos do Podemos nas últimas pesquisas, emergência dos “Ciudadanos” com sua visão radicalizada “pró-mercado”, de um lado, e a revitalização da contradição PSOE-PP, com uma nova diminuição do potencial de vitória da nova esquerda espanhola (e europeia) nos processos eleitorais em curso.

Três administrações municipais na Espanha mostram, porém, que um caminho alternativo está sendo gestado. Valência, Madrid e Barcelona -importantes cidades espanholas e europeias- estão sob a direção de uma nova “frente” de esquerda, inclusive com a participação não-hegemônica do PSOE e da IU, o que demonstra que o PSOE ainda guarda uma memória política “pela esquerda”, viabilizando governos alternativos ao PP, sobre os quais ele não tem comando. E que os comunistas e aliados do PCE não hesitam em viabilizar experiências inovadoras, fora dos padrões dos partidos tradicionais. O Podemos faz o mesmo nestas administrações, em que tem participações relevantes.

A grande novidade da política europeia, porém, permanece sendo o Podemos, na Espanha, de uma parte, e, de outra, a formação de uma frente para compor um futuro Governo socialdemocrata (socialista, como se diz na Europa) em Portugal, numa parceria inédita entre Bloco de Esquerda, Partido Socialista Português e Partido Comunista. O Podemos é a primeira experiência exitosa do “movimentismo” de esquerda recente, transformado em organização política, que já obtém sucessos eleitorais dentro da democracia.

Pelo perfil dos seus líderes não será mais um partido tradicional, tanto nos moldes clássicos da esquerda europeia, como nos moldes das inciativas “cidadãs” despolitizadas. Poderá é sucumbir -o que seria uma perda brutal para a democracia e para esquerda em geral- se não souber liderar e combinar, programaticamente, uma reforma da União com uma reforma do Estado, para mais democracia, participação e transparência, numa Europa solidária renovada em termos democráticos. Uma Europa da cidadania e do trabalho, não uma Europa das agências de risco e dos credores da dívida pública.

Penso que tudo isso tem a ver com os destinos do PT (e da esquerda brasileira, em geral) que, se não renovar-se para novas alternativas de governabilidade, para novas concepções programáticas, inclusive sobre como se defender de crises -baseando-se na transparência e na participação popular- com novos atores e aliados políticos, poderá perder o seu sentido histórico transformador. Quem sabe (P)podemos, começando por uma nova concepção de frente e de coalizão, para o próximo período. É difícil, mas não impossível.
(Tarso Genro/ Carta Maior)

Desta vez não dá


O desvairado ataque midiático movido a ódio de classe trai a fraqueza e o desespero da casa-grande


Transcrevo o primeiro período do editorial do Estadão de quarta 28: “Não se pode dizer que tenha causado surpresa o fato de a Operação Zelotes da Polícia Federal ter estendido suas investigações à empresa de um dos filhos de Luiz Inácio Lula da Silva e convocado a prestar depoimento seu fiel acólito, Gilberto Carvalho”. Na mosca.

De fato, não causa surpresa alguma que a Zelotes ganhe subitamente a atenção nunca merecida. Tampouco causaram as retumbantes manchetes tanto do próprioEstadão quanto da Folha de S.Paulo que na terça 27 celebraram o evento. Há uma operação em curso, contudo, a transcender os alcances da Zelotes e quaisquer outras. A Operação Anti-Lula, Anti-Dilma, Anti-PT, precipitada por um afã destruidor capaz de atentados à verdade factual e aos valores e princípios democráticos e republicanos.

O empenho é tanto que um mero boato espalhado pelos apaniguados (ou seriam acólitos?) de Eduardo Cunha, intérpretes do seu espírito ardiloso, a respeito da viabilidade técnica doimpeachment, move as manchetes da quarta 28, para que o próprio presidente da Câmara as desminta na manhã do mesmo dia. Ele avisa, com a expressão de Buster Keaton, não ter nada a ver com o rumor. Ah, sim, Keaton: grande ator cômico do passado remoto que jamais sorria.

A Operação a serviço do ódio de classe é ampla e complexa, conta com a instrumentação da mídia nativa e evoca situações pregressas. Não é por acaso que o editorial do Estadão, que me inspira de saída, intitula-se: “Lula e o mar de lama”. Pois é, o fatídico mar de lama em que, segundo o Estadão de 60 anos atrás, então nutrido pela retórica de Carlos Lacerda, soçobrava o Palácio do Catete habitado pelo velho Getúlio Vargas.

É do conhecimento até do mundo mineral que se esboçava o golpe de 1964. A história repete-se. Como farsa, há quem diga. De minha parte, intuo um progresso, na acepção mais completa da palavra, mesmo porque não enxergo em Lula a vocação suicida que muitos historiadores apontam em Getúlio. Lula gosta da vida e quer vivê-la. Não sei se a encenação atual há de ser definida como farsa, embora não me desagrade a ideia ópera-bufa. Sobra-me apenas uma certeza, e me atrevo a decliná-la em pleno andamento do espetáculo: desta vez a manobra está destinada ao fracasso. Por ora, no que diz respeito ao impeachment. Depois, veremos.

Entenda-se. O tempo é outro. Às vezes, admito, o meu ceticismo dobra meu inextinguível otimismo na ação, mesmo assim há na trama uma patetice que trai o desespero. Uma dúvida latente dos graúdos, a denunciar a desconfiança na sobrevivência da força esmagadora que, faz 60 anos, alimentava as certezas dos senhores da casa-grande. Algo se deu pelo caminho, além de uma leve melhora nos índices da desigualdade.

Recordo épocas tragadas pelo galope do tempo, em que um termo da moda era conscientização. Talvez algo se mova agora neste sentido. Meus botões admitem a crença de que cresceu o contingente de quantos se habilitam a perceber o lado tolo, e até ridículo, de um enfadonho, desvairado ataque midiático, a aguçar o açodamento raivoso da minoria e exibir sua fraqueza.

Surpreende uma pesquisa Ibope, divulgada pelo site do infatigável Estadão, para tratar dos índices de rejeição das figuras políticas eventualmente candidatáveis às eleições de 2018. Os 55% que penalizam Lula são citados em primeiro lugar, mas o júbilo dura pouco. José Serra tem 54, Geraldo Alckmin e Ciro Gomes 52, Marina Silva 50, Aécio Neves 47. Creio, em todo caso, que estas porcentagens tenham peso relativo. Muitos dos entrevistados quem sabe entendam ser a pesquisa prematura, à vista do longo prazo que nos separa do pleito.

“Apesar da rejeição – e aqui volto a citar o Estadão – o porcentual dos eleitores que com certeza votariam nele (Lula, leia-se) é maior do que a de todos os seus potenciais adversários.” Ou seja: 23% contra 15% de Aécio, 11% de Marina, 8% de Serra e 7% de Ciro. Cuja presença na liça favoreceria o petista, conforme a análise dos meus botões. Ou, por outra, se as eleições se dessem hoje, a despeito de toda a campanha contrária febrilmente desfechada pela mídia, o ex-metalúrgico, homessa!, retomaria a Presidência.
(Mino Carta/ Carta Capital)

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Produção de poços do pré-sal triplicou em menos de três anos




A diretora de Exploração e Produção da Petrobras, Solange Guedes, disse hoje (28) na Offshore Tecnology Conference Brasil (OTC), no Rio de Janeiro, que o tempo de construção dos poços do pré-sal desde 2010 teve uma redução significativa de mais de 50% e destacou a alta produtividade dos poços do pré-sal. A produção triplicou nos últimos 30 meses, com a eficiência operacional da companhia tendo atingido 92,4%, na média dos últimos três anos.

Solange disse que a experiência adquirida ao longo da exploração e do desenvolvimento offshore foi determinante para que a empresa tenha atingido a marca de 1 milhão de barris de óleo equivalente por dia no pré-sal, obtida em setembro. “A Petrobras atingiu uma combinação única de custos, produtividade e eficiência. Como consequência, um portfólio muito competitivo”, acrescentando que o histórico de exploração offshore da Petrobras desde a década de 70 possibilitou o sucesso na exploração do pré-sal.

O campo de Libra, na região do pré-sal na Bacia de Santos, teve quatro poços perfurados até agora e o primeiro teste de longa duração ocorrerá em 2017. “A primeira fase do desenvolvimento da produção se concentrará na área nordeste de Libra. O primeiro teste de longa duração está previsto para o primeiro trimestre de 2017 e o projeto-piloto para 2020”, disse a gerente executiva da Petrobras para a área de Libra, Anelise Lara.

Anelise ressaltou a importância das sociedades de profissionais na disseminação de conhecimento para as novas gerações de técnicos da indústria de óleo e gás e elogiou a atuação integrada da equipe multidisciplinar de projetos de Libra, que inclui colaboradores das cinco empresas participantes do consórcio que atua na área, formado pelas empresas Shell, Total, CNPC, CNOOC e Petrobras."
(Agência Brasil)

Rede Globo esconde a verdadeira vilã da 'Operação Zelotes': ela mesma

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Documentos sigilosos vazados nessa quinta (22) comprovam que o Grupo RBS, o conglomerado de mídia líder no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, pagou R$ 11,7 milhões à SGR Consultoria Empresarial, uma das empresas de fachada apontadas pela Operação Zelotes como responsáveis por operar o esquema de tráfico de influência, manipulação de sentenças e corrupção no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), o órgão vinculado ao Ministério da Fazenda que julga administrativamente os recursos das empresas multadas pela Receita Federal.

A SCR Consultoria Empresarial é umas das empresas do advogado e ex-conselheiro do CARF, José Ricardo da Silva, indicado para compor o órgão pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) e apontado pela Polícia Federal (PF) como o principal mentor do esquema.

Os documentos integram o Inquérito 4150, admitido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na última segunda (19), que corre em segredo de justiça, sob a relatoria da ministra Carmem Silva, vice-presidente da corte.

Conduzida em parceria pela PF, Ministério Público Federal (MPF), Corregedoria Geral do Ministério da Fazenda e Receita Federal, a Operação Zelotes, deflagrada em março, apurou o envolvimento de funcionários públicos e empresas no esquema de fraude fiscal e venda de decisões do CARF que pode ter causado um prejuízo de R$ 19,6 bilhões aos cofres públicos.

Segundo o MPF, 74 julgamentos realizados entre 2005 e 2013 estão sob suspeição.

As investigações apontam pelo menos doze empresas beneficiadas pelo esquema. Entre elas a RBS, que era devedora em processo que tramitava no CARF em 2009.

O então conselheiro José Ricardo da Silva se declarou impedido de participar do julgamento e, em junho de 2013, o conglomerado de mídia saiu vitorioso.

Antes disso, porém, a RBS transferiu de sua conta no Banco do Rio Grande do Sul, entre setembro de 2011 e janeiro de 2012, quatro parcelas de R$ 2.992.641,87 para a conta da SGR Consultoria Empresarial no Bradesco. 
 
Dentre os documentos que integram o Inquérito 4150 conta também a transcrição de uma conversa telefônica entre outro ex-conselheiro do Carf, Paulo Roberto Cortez, e o presidente do órgão entre 1999 e 2005, Edison Pereira Rodrigues, na qual o primeiro afirmava que José Ricardo da Silva recebeu R$ 13 milhões da RBS.

“Ele me prometeu uma migalha no êxito. Só da RBS ele recebeu R$ 13 milhões. Me prometeu R$ 150 mil”, reclamou Cortez com o então presidente do Carf.
 
Suspeitos ilustres
 
Os resultados das investigações feitas no âmbito da Operação Zelotes foram remetidos ao STF devido às suspeitas de participação de duas autoridades públicas com direito a foro privilegiado: o deputado federal Afonso Motta (PDT-RS) e o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Augusto Nardes.

O deputado foi vice-presidente jurídico e institucional da RBS, afiliada da Rede Globo no Rio Grande do Sul. Os termos de sua participação no esquema ainda são desconhecidos.
 
Nardes, mais conhecido por ter sido o relator do parecer que rejeitou a prestação de contas da presidenta Dilma Rousseff relativa ao ano de 2014, por conta das polêmicas “pedaladas fiscais”, é suspeito de receber R$ 2,6 milhões da mesma SGR Consultoria, por meio da empresa Planalto Soluções e Negócios, da qual foi sócio até 2005 e que ainda hoje permanece registrada em nome de um sobrinho dele.

Processo disciplinar

Nesta quinta (22), a Corregedoria Geral do Ministério da Fazenda anunciou a instalação do primeiro processo disciplinar suscitado pelas investigações da Operação Zelotes. Em nota, o órgão informou que o caso se refere a uma negociações para que um conselheiro do CARF pedisse vistas de um processo, sob promessa de vantagem econômica indevida, em processo cujo crédito tributário soma cerca de R$ 113 milhões em valores atualizados até setembro.


(Najla Passos- Carta Maior/ via Viomundo)

Wlad poderá desfalcar o Conselho de Ética que julgará Eduardo Cunha


O deputado federal Wladimir Afonso da Costa Rabelo (SDD), o "Wlad", está encrencado. O promotor de Justiça Daniel Henrique Queiroz de Azevedo, titular da 1º Promotoria de Justiça de Barcarena, propôs Ação Civil Pública de Improbidade Administrativa, com medidas liminares de afastamento do cargo, quebra de sigilo bancário e fiscal, bem como indisponibilidade de bens, contra o parlamentar, a Ong Instituto Nossa Senhora de Nazaré de Educação, Esporte e Lazer de Barcarena e a Rádio Metropolitana, além de dois servidores comissionados e ainda dois prestadores de serviço e dez empresas, por conta de um convênio com a Secretaria de Estado de Esporte e Lazer destinado a projeto de canoagem no município. A ação tramita perante a 2ª Vara Cível de Barcarena.

Conforme a denúncia do Ministério Público do Estado do Pará, o objetivo do esquema era forjar despesas, por meio de notas fiscais emitidas de maneira fraudulenta, para um projeto que nunca foi implementado. Além de não existirem contratos formais assinados com as empresas que supostamente prestaram serviços, tudo foi efetuado de forma a burlar o convênio que exigia a realização de procedimento licitatório para contratação de produtos e serviços, bem como os contratos daí decorrentes deveriam observar as disposições das Leis 8.666/93 e Lei Federal 10.520/2002.

O MP requer o afastamento dos servidores Emerson Gleyber Leal de Souza, responsável da Seel pela fiscalização do convênio, e Ildefonso Augusto Lima Paes, assessor parlamentar do deputado Wlad, dos cargos públicos que ocupam, para dar transparência à instrução processual. O afastamento do deputado não foi pedido em razão das prerrogativas do mandato. O pedido inclui ressarcimento integral do dano causado ao erário, devidamente corrigido; suspensão dos direitos políticos; pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida pelos agentes; proibição de contratar com o poder público e receber benefícios fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente.

De acordo com o MP, em dezembro de 2014 foi protocolado na Promotoria de Justiça de Barcarena ofício oriundo do Departamento de Atividades Judiciais do MPE-PA, referente a procedimento administrativo preliminar, iniciado na Promotoria de Fundações Públicas de Belém, dando conta de que a Ong Instituto Nossa Senhora de Nazaré de Educação, Esporte e Lazer de Barcarena, no ano de 2012, recebeu R$ 230 mil da Seel, a fim de desenvolver projeto de aulas de canoagem para jovens na praia do Caripi, em Barcarena. A promotoria do município requisitou a prestação das contas do convênio, que deveria ser apresentada pelo presidente da Ong, que não o providenciou e assim causou suspeitas de ilegalidade.

A investigação constatou, através de escutas telefônicas autorizadas e oitivas de moradores e comerciantes que trabalham há muitos anos na praia do Caripi, que não houve qualquer projeto de canoagem, no entanto empresas forneceram notas fiscais para justificar as supostas despesas com a logística e execução do projeto de canoagem. Já o assessor parlamentar de Wlad, Ildefonso Paes servia como “testa de ferro” para a criação da Ong, fazendo inclusive com que ela atuasse também no segmento de rádio comunitária, de modo a atender seus interesses políticos.

Foi apurado que Wladimir Costa tinha contato próximo com os demais executores diretos do esquema, realizando reuniões constantes na sua própria residência com eles. Na prestação de contas apresentada pela Ong, através de seu presidente Gabriel Pereira Paes Júnior, consta que teria sido feito pagamento de R$113 mil para a empresa Almeida e Esteves S/S Ltda. ME, que deveria ter fornecido 35 profissionais (15 instrutores, 4 coordenadores e 16 apoiadores), bem como coordenado o projeto de canoagem, no período de 10 de outubro a 31 de dezembro de 2012. Mas ninguém viu essas pessoas e nem os alunos que justificariam tal equipe (cerca de 250 participantes, conforme o convênio). A Empresa Almeida e Esteves S/S LTDA ME sequer está registrada na Junta Comercial do Estado do Pará (Jucepa), nem existem nomes de quaisquer sócios proprietários ou administradores dessa pessoa jurídica nos cadastros da Receita Federal. Na nota fiscal consta um endereço inexistente em Barcarena. No registro da empresa na Receita, consta que seu objeto social é a realização de “atividades de consultoria em gestão empresarial, exceto consultoria técnica específica”.

A Rádio Metropolitana FM (Fundação Barcarena de Comunicação e Assistência Social), para a qual teriam sido pagos R$ 11 mil pela divulgação do projeto, por meio de chamadas diárias na programação da rádio, jamais prestou o serviço e seu valor foi bem acima do que é cobrado por igual tempo de divulgação na rádio, conforme o próprio presidente da emissora, Adriano Pinho Gomes, informou em depoimento à promotoria.

Na prestação de contas do convênio com a Empresa Mansil Comércio e Serviços Ltda, cujos sócios administradores são Sérgio Augusto Santos e sua esposa Jeane Viana Campos, há uma nota fiscal de aluguel de um ônibus, pelo total de R$ 28 mil, sem comprovação da real prestação do serviço.
(Blog da Franssineti Florenzano)

Carga tributária de 2014 cai para 33,47% do PIB, diz Receita


A queda pode ser explicada, em parte, pelos efeitos das desonerações; governo devolveu à sociedade quase metade dos tributos pagos em 2014


As desonerações federais e a retração da indústria fizeram a carga tributária – peso da arrecadação de tributos sobre a economia – cair em 2014. De acordo com dados divulgados hoje (29) pela Receita Federal, o Brasil pagou 33,47% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de tudo o que o país produz) em tributos no ano passado, contra 33,74% em 2013.

Segundo a Receita, a redução da carga deve-se inteiramente aos tributos federais. Em 2014, os tributos da União responderam por 22,91% do PIB, queda de 0,35% ponto percentual em relação a 2013. Os tributos estaduais somaram 8,48%, queda de 0,03 p.p., e os tributos municipais totalizaram 2,07%, com alta de 0,11 p.p.

Conforme a Receita Federal, a queda da carga pode ser explicada, em parte, pelos efeitos das desonerações concedidas em 2014, que fez a União deixar de arrecadar R$ 103,8 bilhões. Em 2013, as reduções de tributos tinham feito o governo federal deixar de arrecadar R$ 75,9 bilhões.

Outra parte do recuo do indicador deve-se à retração da indústria e no comércio ao longo do ano passado.

Os principais tributos responsáveis pela queda da carga tributária foram o Programa de Integração Social (PIS), a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), o Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). A arrecadação dos quatro tributos caiu 0,56 p.p. do PIB no ano passado.

O PIS e a Cofins incidem sobre o faturamento e estão diretamente relacionados ao consumo. Segundo a Receita, a queda da arrecadação desses tributos foi provocada pela retração do comércio varejista, mais as atividades de veículos, motos, autopeças e material de construção, que caíram 1,7% em 2014.

Também interferiu na queda a exclusão do PIS/Cofins da base de cálculo do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) dos produtos importados, determinada pelo Supremo Tribunal Federal em 2013 e revertida pelo Congresso Nacional neste ano.

A queda no IRPJ e na CSLL está associada à redução dos lucros das empresas. Apesar da retração da indústria no ano passado, a arrecadação de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) subiu 0,06 p.p. do PIB por causa da reversão das desonerações para o setor automotivo e da elevação das alíquotas do setor de fumo.

Apesar de o país pagar cerca de um terço do que produz em tributos, a Receita destaca que a carga tributária é menor que a de outros países e está abaixo da média da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), grupo dos países mais industrializados, que corresponde a 35% do PIB.

Em relação aos principais países da América Latina, no entanto, o Brasil lidera o indicador, à frente da Argentina (31,2%), Bolívia (27,6%) e Uruguai (27,1%).

Devolução de impostos

Apesar de pagar cerca de um terço de tudo o que produziu em 2014, o brasileiro recebeu de volta do governo quase metade desse valor. Segundo a Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda, a carga tributária líquida, quando se desconta dos tributos o que o governo devolve à sociedade, somou 17,39% do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas no país) no ano passado.

Para chegar ao valor da carga tributária líquida, a SPE deduziu da carga tributária total (peso dos tributos na economia), de 33,47% do PIB, as transferências para a Previdência Social, os programas de assistência social e os subsídios, que somaram 16,08% do PIB. Segundo o secretário adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Rogério Boueri, os dois valores – da carga tributária líquida e de transferências e subsídios – estão se igualando ao longo dos últimos anos.

“Existe uma convergência entre a carga líquida e as transferências e subsídios. Os dois valores têm se aproximado nos últimos anos. Cerca da metade da carga tributária está indo para pessoas, entidades e empresas. Em 2015, pode haver a inversão de magnitudes, e as transferências superarem a carga líquida”, disse Boueri.

De acordo com o secretário adjunto de Políitica Econômica, a crise econômica é o principal motivo para a aproximação da carga tributária líquida e das transferências e subsídios. Isso porque, em momentos de contração da economia, a arrecadação cai mais que o PIB, enquanto as transferências, principalmente para a Previdência Social, seguem um comportamento rígido e não podem cair.

Boueri citou ainda o envelhecimento da população como fator que deve elevar o pagamento de aposentadorias e pensões nos próximos anos. “Quando o PIB cai 1 ponto percentual, a carga tributária líquida cai mais. No entanto, os gastos com transferências e os subsídios são mais rígidos. Sem contar que a transferência para a Previdência Social deve se acentuar com transição demográfica nos próximos anos”, explicou.

(Rede Brasil Atual)

Um sopro de inteligência

Esse texto é de autoria de uma adolescente de 12 anos, daí merecer destaque porque mostra que nem tudo está perdido. Há, felizmente, vida inteligente neste planeta chamado Brasil em que mentecaptos condenam uma prova de seleção à universidade pública, por conta da presença de textos de Simone de Beauvoir e Paulo Freire, na citada prova;
Ok, quase nunca faço textão de facebook, mas enfim, dessa vez eu realmente não consegui me calar sobre esse assunto, geralmente vou pro twitter falar com minhas palavras sobre coisas que me indignam, mas dessa vez realmente não dava.
Aqui em Belém, recebemos a notícia de um toque de recolher, por causa de um policial (da ROTAM, creio eu) que foi baleado, como já é costumeiro de ocorrer nesses toques de recolher, a polícia atirará em qualquer suspeito (lê-se negro de aparência pobre), e com isso, vi MUITA, mas muita gente mesmo comemorando
"Bandido bom é bandido morto"
Não! Bandido bom é bandido morto quando o bandido não é um playboyzinho da Unama que vende drogas no banheiro
Quando não é o político corrupto que com o dinheiro de verbas públicas mantém casa no greenville e filhos estudando em algum coléginho de rico
"Bandido bom é bandido morto", mas só se o bandido for aquele preto saído do Jurunas que não teve direito à educação, que tinha que trabalhar na infância, que foi influenciado por más companhias à entrar nessa vida, ou que simplesmente não teve escolha, a sua única opção era o crime.
Eu observei que a maioria esmagadora dos que estão comemorando esse banho de sangue são todos brancos de classe média, pessoas que não vão ser afetadas por isso. Afinal, não é o seu filho que vai ser alvo de bala perdida quando estiver brincando na rua, seu filho está na companhia atlética com um ipod se gabando para os amiguinhos sobre viagens pra disney enquanto uma babá toma conta dele
Não vai ser o seu irmão que vai ser baleado por ser confundido com um traficante, o seu irmão estará malhando e indo jantar no Roxy com os amigos
Não vai ser seu pai que será espancado por ser confundido com um criminoso, o seu está com o rabo sentando na frente de um computador xingando o governo enquanto finge que trabalha
O banho de sangue só é bom quando não atinge você, o banho de sangue só é bom quando é sangue de preto favelado
Ironia ou não, as mesmas pessoas que defendem esses massacres são as mesmas que se dizem à favor da vida, desculpem dizer isso, mas vocês são qualquer coisa menos à favor da vida
Comemore o quanto quiser, mas por favor, não vá ter CARA DE PAU de ir pagar como uma boa pessoa diante de um deus ou diante de uma igreja
Idolatre pessoas como Éder Mauro, mas depois não venha com CARA DE PAU falando dos ensinamentos de Jesus Cristo sobre a paz e o amor
Vocês que apoiam esses massacres são a verdadeira escória da humanidade
Vocês que aplaudem de pé esse circo de horrores são as verdadeiras escórias
Ano após ano, essa mesma história vai se repetindo. Não sei se lembram de ano passado, quando a cidade virou uma verdadeira zona de guerra. Das 10 vítimas, 9 não tinham envolvimento NENHUM com o assassinato que havia gerado toda a confusão, muita covardia ocorreu ano passado, tais como os cinco tiros que tiraram a vida de um doente mental, que assustado com o barulho das balas, correu em desespero.
Espero do fundo do coração que algum dia essa guerra acabe, que chegue um dia que esses jovens pobres tenham a oportunidade de estudarem e adquirirem conhecimento
--
Forças ao policial e sua família, e forças à todos aqueles que foram vítimas de um sistema falho e miserável
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Antes que falem, não tô defendendo bandido, e por favor, se for pra vir falar merda nos comentários, guarde pra você, e comentários com """"""argumentos"""""" idiotas (tais como "tá com pena ? Leva pra casa!) serão excluídos
(Talvez eu adicione mais coisa nesse texto mais tarde, e talvez eu revise e corrija alguns erros de português)
(Direto do facebook)

CANALHAS!!!

Leitores do blog 'Espaço Aberto' são tão imundos quanto o seu autor. Vive , o indigitado, de bajular os donos do governo estadual, daí ser obrigado a fechar os olhos para o descalabro que é a atual administração do Simão Lorota.

Então, volta-se contra o governo federal, que tem sistematicamente cortado verbas da decadente e delinquente Rede Globo, da qual a empresa que dá ganha pão ao salafrário em tela, faz parte. Então, o ódio aflora contra os governos trabalhistas que se sucedem desde 2002, quando o povo mandou pra casa a quadrilha da privataria e a mamata desas gangues midiáticas vem desabando.

Omissos em relação ao descalabro de vivermos sob toque de recolher, preferem fazer gracinhas com Lula, sua família, Gilberto Carvalho e filhos. Nunca deram uma nota sequer a respeito da filha de FHC receber alto salário do Senado, inclusive com gratificação de hora extra sem ao menos lá pisar; do filho de FHC e os milhões gastos em uma fictícia feira de Frankfurt; da ascensão meteórica do patrimônio das empresas da filha de Serra; da filha de Eduardo Cunha. Para esses sicofantas nada disso vem ao caso.

São esses vira latas, que marcharam contra a corrupção sob o comando do delinquente Silvinho Santos, que se arvoram a engrossar o coro golpista da privataria vira lata. Vão a puta que os pariu!

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Esqueceram o dinheiro, vão atrás de Lula e preparam o lobista “delator”

vejtempos
Enquanto não se teve um fiapo para usá-la politicamente contra o Governo, a Operação Zelotes, que investiga – ou deveria investigar – a anulação fraudulenta de créditos em impostos devidos à União – estimados, apenas os maiores deles, em R$ 19 bilhões – ela andou quieta, vagarosa e discreta aos olhos da grande mídia.
Ninguém se escandalizou com a presença, entre os supostos beneficiários, de megaempresas como a RBS, projeção gaúcha e catarinense da Rede Globo, o  grupo Gerdau, a Ford, a Mitsubishi; os bancos Bradesco, Santander, Safra e Bank Boston.
De repente, por conta de um pagamento feito por uma das empresas que atuaria para estes grupos, quatro anos depois de ter sido aprovada a MP que as beneficiaria, feito à firma de um dos filhos do ex-presidente Lula,
acendeu um ardor indescritível na mídia e, segundo os jornais, na Polícia Federal, no Ministério Público e na Receita Federal.
Esqueceram-se, rapidamente, dos bilhões sonegados.
As menções a “um café” e “duas bonecas” numa anotação de um lobista que se referiria ao ex-Ministro Gilberto Carvalho são motivo de pedidos de quebra de sigilo bancário dele e de sua filha, a qual não se sabe porque foi metida na história.
Mas a declaração do mesmo lobista, Alexandre Paes dos Santos, dadas a Rubens Valente, da Folha, de que agenciou encontros com Aécio Neves e Eduardo Campos não são notícia.
Obvio que isso não torna Aécio ou tornaria Campos, se estivesse vivo, criminosos. Nem mesmo suspeitos.
Como ficou “resolvida” a questão do mesmo lobista pagar um motorista particular para um alto assessor de Pedro Malan: o assessor demitiu-se, alegando a necessidade de fazer uma cirurgia e tudo ficou cicatrizado.
Também esqueceu-se a informação de que o tal lobista foi processado por calúnia por outro filho de Lula, Fábio Luís (o tão investigado Lulinha), junto com a Veja e o autor da reportagem do tipo “mente-desmente” que ilustra o post, em outubro e novembro de 2006.
Processados e condenados pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, em sentença de segunda instância.
Está evidente que se prepara a cama para que algum dos envolvidos no surrupio de milhões (ou bilhões) da Receita apareça como “bom ladrão” através de delações.
Tal como Alberto Youssef, Alexandre Paes dos Santos é velho conhecido da Polícia, ao menos desde 1999.
Da Polícia e da Veja, que se valeu dele para atingir o filho de Lula, em 2006, cinco anos depois de tê-lo chamado de achacador, em matéria assinada nada menos que pelo todo-poderoso Policarpo Júnior na edição de 24/10/2001.
Como se vê, está aberta a nova temporada de banditismo, agora para atingir a família de Lula.
PS. A apuração da história deste lobista deve-se à memória implacável da leitora Celeste, que deu a dica de que Alexandre já tinha sido processado pelo filho de Lula.
(Fernando Brito/ Tijolaço)

Rifado


O documento que pede a cassação do presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha, foi numerado nesta tarde e passa a tramitar no Conselho de Ética. Amanhã, Cunha será notificado começando, então, a contar o prazo de dez dias úteis para apresentar sua defesa.

Ressalte-se que o referido documento é subscrito por mais de 50 parlamentares, pertencentes a sete partidos diferentes. Note-se, também, que o sustentáculo do poderio de Cunha dá sinais de que pode ruir a qualquer momento. É que um dos bês, o refente à bíblia, da tropa BBB- boi, bala e bíblia- já posicionou-se contra a permanência de Cunha como deputado ao declarar “As denúncias de corrupção e o envio de recursos públicos para contas no exterior inviabilizam a permanência do deputado Eduardo Cunha no cargo que ocupa, uma vez que não há coerência e base ética necessária a uma pessoa com responsabilidade pública”.

Pode ser que essa seja uma posição apenas desse segmento. No entanto, dado o entrosamento dos fundamentalistas do B, também pode a referida manifestação significar o início do fim para o ainda presidente da Câmara Federal. Ademais, ficar com Cunha até o fim, pode significar chegar atrasado às tratativas que escolherão uma nova mesa diretora.

Parece que o calvário de Cunha já começou, restando saber agora se correrá celeremente, aliás, conforme já manifestou a mentora midiática dessa trupe, a indefectível Rede Globo, que há cerca de duas semanas já dava sinais de incômodo com a tarefa de carregar esse cadáver já em estado de decomposição política.

O roto e o esfarrapado


Esse bate boca entre o senador tucano Aécio Neves e o presidente do IBOPE, Carlos Augusto Montenegro, tem a serventia de revelar quando é possível duas pessoas divergirem a respeito de um mesmo tema,  mas ambos estarem cobertos de razão. Como falam de uma mesma farsa, então, os dois estão certos quando desancam sua encenação.

Aécio emputeceu-se porque o IBOPE revelou, através de pesquisa recente, que sua atual taxa de rejeição, caso fosse candidato hoje, estaria na faixa dos 47% do eleitorado; e Montenegro furibundo ficou com a ingratidão do playboy e atirou-lhe às fuças o óbvio: seu próprio esforço eleitoral não seria capaz de captar mais do que 15% dos votos, em uma eleição presidencial, nas entrelinhas afirmando que os outros 33%, que obteve em 2014, foram frutos de outras ações, inclusive manobras escusas.

Pena que ambos, Aécio e Montenegro, não deem os detalhes sórdidos dos fatos que embasam essas afirmações, pois, que, senão, teríamos a dimensão exata do que esses rapaces são capazes de aprontar em uma eleição.

Já pensou se o tucano resolve contar tudo que sabe a respeito de pesquisas acintosamente criminosas, como aquela que dava a parada decidida em favor do candidato do DEM, ao governo da Bahia, e já no primeiro turno, patranha estatística desmentida pelas urnas, que deram a vitória ao petista Jaques Vagner. E no primeiro turno.

E se o Montenegro, em súbito arroubo de sinceridade e espírito público, resolvesse contar os detalhes daquela famigerada capa da lamacenta revista da editora Abril, em que aparece uma foto com os rostos de Lula e Dilma com os dizeres 'Eles sabiam de tudo', como se fosse denúncia do marginal Yussef, por sinal desmentida dias depois da eleição, mas cuja circulação foi antecipada em um dia para dar tempo a que virasse panfleto da campanha de Aécio.

Flagrados em frustração circunstancial, Montenegro às voltas com a possibilidade de ver seu trabalho desmascarado e a falsificação de que é objeto de desconfiança há décadas confirmar-se,fazendo com que perca credibilidade(?) e dinheiro, daí a inoportunidade da acusação tucana; e Aécio, após um ano de militância golpista e exposição midiática ter o desprazer de constatar que, durante todo esse tempo, apenas desprezo foi o sentimento que despertou no eleitor.

Pena que as palavras o vento levará e os fatos parcialmente revelados continuarão sob o tapete em que é escondida a podridão da elite quando se trata de maquinar pra ganhar eleição. Ainda ,assim, que foi divertido, foi.

A Operação Zelotes e o jornalixo criminoso


O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) denunciou hoje (27) a manipulação da imprensa brasileira na cobertura da Operação Zelotes, deflagrada pelo Ministério Público Federal e a Polícia Federal. De acordo com Pimenta, que é relator da subcomissão na Câmara dos Deputados que apura o escândalo de corrupção no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais da Receita Federal (Carf), a Rede Globo “mentiu descaradamente” ao informar que a Zelotes seja uma operação para investigar compra e venda de Medidas Provisórias para o setor automobilístico.

“A edição dos telejornais da Rede Globo foi criminosa”, protestou Pimenta. “Estão forçando a barra para dizer que houve pagamento a uma empresa do filho do Lula, mas se esquecem de um detalhe importante: a MP 471 foi editada em 2009, e empresa do filho do Lula só foi criada em 2011. E não dá para vincular a MP a contrato que só iria ocorrer em 2014 e um pagamento realizado em 2015, seis anos depois. Não faz sentido relacionar o contrato do filho do Lula com a MP”, afirmou Pimenta.

O parlamentar explicou que a Operação Zelotes foi deflagrada em março de 2015 para apurar um esquema criminoso de sonegação fiscal que provocou prejuízo aos cofres públicos da ordem de R$ 21 bilhões, um dos mais escandalosos casos de corrupção da história do País. O esquema para reduzir valor de multas envolve conselheiros do Carf e grandes empresas, a maior parte delas anunciantes da mídia brasileira. E entre as empresas há uma do setor de comunicação, a RBS, afiliada da própria Rede Globo e que é acusada de praticar corrupção.

Pimenta lembrou que a Zelotes, desde que foi deflagrada, sempre foi escondida pelos jornais brasileiros, já que é um escândalo que envolve, justamente, o poder econômico que a mídia atua para proteger. Agora, “criaram essa história sem pé nem cabeça para atingir o ex-presidente Lula na véspera do seu aniversário”, observou o deputado. Ontem (26), a Polícia Federal realizou busca e apreensão no escritório da empresa LFT Marketing Esportivo, de propriedade de Luis Cláudio Lula da Silva, filho de Lula.

O deputado Pimenta desmontou o factoide midiático expondo as fragilidades da cobertura da imprensa. “Se alguém comprou, como dizem os jornais, é por que alguém vendeu? Mas quem? Isso não está no jornal, não está no inquérito, não está no despacho da juíza, não está na CPI, não está em lugar nenhum”, lembrou Pimenta.

“Medida Provisória não nasce da cabeça do presidente. Aliás, nenhuma política pública nasce sem um bom debate, sem muitas discussões. Governadores, deputados, empresários, sindicalistas. Todos os interessados conversam nos ministérios, na Casa Civil, na Fazenda. E muitas vezes contratam escritórios para defender seus interesses. É assim em qualquer governo democrático. E depois tem o Congresso, que pode modificar e acrescentar”, esclareceu Pimenta.

A MP 471 prorrogou incentivos fiscais para a indústria automotiva no Nordeste, Norte e Centro-Oeste. Na época, a medida era uma reivindicação forte dos estados, para gerar empregos, arrecadação e fortalecer o desenvolvimento regional. E não era nenhuma invenção: a MP apenas prorrogava o prazo de vigência de uma Lei de 1999, do governo do PSDB.

A MP 471 teve como relatores parlamentares da oposição na Câmara e no Senado e foi aprovada com voto unânime, por acordo de líderes do governo e da oposição, sem nenhuma emenda ou alteração. “Então compararam o Congresso inteiro? Governo e oposição?”, questionou Pimenta. “Esse episódio combina ignorância sobre como funciona uma democracia com a má-fé da imprensa que promove uma desleal, autoritária e vergonhosa perseguição política ao ex-presidente Lula”, disse o deputado petista.

Pimenta destaca ainda que “estranhamente” e de forma “privilegiada” a imprensa teve acesso aos documentos da 4ª fase da Operação Zelotes, enquanto aos advogados de defesa de Luís Cláudio Lula da Silva o acesso aos autos foi negado.
(Deputado Paulo Pimenta-PT/RS/ via Agência PT de Notícias)

Mídia trata filhos de FHC e Serra como os de Lula?

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Primeiro nos deparamos com a fofoca do decadente jornalista Lauro Jardim acerca de suposta afirmação do réu confesso Fernando Baiano de que ele teria pago contas de Fábio Luís Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula, me remeteram a fatos ocorridos em 2005, depois ele mudou a versão... Disse que entregou o dinheiro para um amigo do ex-presidente, o qual entregaria a uma nora, cujo nome ele sequer soube dizer.

Essa perseguição começou em 2005 quando a revista VEJA estampou em sua capa um simulacro de “escândalo” denunciando “fato grave” segundo a revista. Mas a escândalo denunciado estava mais para contas do Senador Romário do que para contas do Cunha. Tratava-se de uma operação declarada à Receita Federal e aprovada pela CVM, que a imprensa tentou criminalizar em vão, não há ilegalidade.

Agora o espetáculo midiático ataca o filho mais novo de Lula. Fato que é tão “forçado”, como dizem os jovens. Fato que o senador José Serra considerou um "exagero" a decisão da Polícia Federal de realizar uma busca e apreensão no escritório de um dos filhos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Bem, em 12 de junho de 2010 publiquei no meu blog um artigo curtinho com esse titulo “Dois pesos e duas medidas...”, pois tudo que se publica por parte da imprensa em relação a Lula e sua família jamais é honesto, o objetivo é desgastar, constranger e destruir.

Mas essa mesma imprensa tão “imparcial” não comenta o desfecho de outros casos, nem se interessa em apresentar grandes manchetes sobre eles.

Há, por exemplo, o caso do superfaturamento na construção do estande brasileiro na Feira de Hannover, em 2000, fato que envolve Paulo Henrique Cardoso o filho do ex-presidente FHC.

Isso mesmo, o herdeiro do FHC gastou cerca de 24 milhões de dólares em 2000, equivalente a 80 milhões hoje de dinheiro público para ir à feira. O custo astronômico chamou atenção, pois o custo real e comprovado do estande não passou de 1,5 milhão... Com quem ficou a diferença entre 1,5 milhão e os 24 milhões que o governo desembolsou na época? O filho de FHC foi denunciado pelo MPF à época.

Já Fábio Luís, filho de Lula, apesar de incansavelmente investigado jamais foi denunciado pelo MPF. Por quê? Porque não praticou nenhum ilícito. Como não encontraram, e provavelmente nada será encontrado contra Fábio, atacam seu filho mais novo: Luiz Claudio.

E para, a empresa do filho do ex-presidente Lula chegou a ter 150 funcionários, gera emprego, trabalho e renda, funciona regularmente e produz conteúdos de qualidade, basta assistir diariamente o canal Playtv na TV a cabo. Já estande de Paulo Henrique Cardoso deve ser sucata faz tempo...

Ou caso tratado com “descuido” pela zelosa e imparcial imprensa envolve a filha de José Serra, palmeirense da Mooca.

Verônica Allende Serra, entre os 25 e os 30 anos se tornou um fenômeno do mundo dos negócios ao ganhar milhões em período tão curto.

Em 1995, aos 25 anos, Verônica ganhou uma bolsa de estudos para um curso de MBA (Mestre em Administração de Negócios) na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. O benfeitor da filha do então poderoso ministro do Planejamento foi a Fundação Educar, criada por Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira, à época donos do Grupo Garantia (não podemos esquecer que os citados benfeitores participaram ativamente do processo de privatizações do governo ao que o pai de Verônica servia, além de estarem envolvidos nos interesses da cervejaria Brahma, que, em 1998, em processo polêmico que dependia do Cade, ligado à área de influência de José Serra.

Bem, Verônica concluiria o curso em Harvard em 1997 e já em 1998 conseguiria seu primeiro trabalho no mundo corporativo, na companhia de administração de recursos chamada Leucadia. Meses depois, seria recrutada pelo fundo de investimentos International Real Returns (IRR) para atuar como sua representante no Brasil. Em 2000, tornar-se-ia “diretora” da “Decidir.com, Inc.”, fundada naquele ano, uma empresa “ponto.com” norte-americana, subsidiária da matriz argentina “Decidir”, de busca e verificação de dados cadastrais e crédito.

A empresa ganhou notoriedade no Brasil por ter tido como membros da diretoria tanto Verônica Dantas Rodemburg, irmã do banqueiro Daniel Dantas, dono do CVC Opportunity, como Verônica Allende Serra, filha do então ministro da Saúde José Serra. Em cinco anos, esse prodígio pulou de um empreguinho na Editora Abril e de um singelo curso de Direito na USP para o epicentro dos grandes negócios corporativos, alegadamente por ter passado pela abençoada Universidade de Harvard, que, agora se sabe, basta cursar para ficar rico em poucos anos. Mas ninguém fala nada sobre isso. Mas com Fábio Luís não havia descanso até descobrirem que Claudio.

Fato é que esse tal Lauro Jardim fez novamente o quem vem fazendo desde 2003: acusações “espetaculares” para atingir o ex-presidente Lula.

Lula jamais teve, ao longo das mais de três décadas de vida política, uma única acusação leve ou grave comprovada, foi absolvido de todas as calúnias e infâmias, nunca sofreu um processo em que fosse apresentada uma mísera prova das acusações que lhe eram feitas, mas ao longo de seus dois governos, seu filho Fábio Luís Lula da Silva vem sendo acusado, através de montagens fotográficas principalmente, as quais atribuem a ele a posse de propriedades rurais imensa, apontado como dono de empresas como a JBS (cujos donos reais qualquer pessoa informada sabe quem são), enfim, o filho mais velho de Lula é um dos alvos prediletos dos adversários do pai há muito tempo, mas Paulo Henrique Cardoso e Verônica Serra são sempre poupados e seu surpreendente enriquecimento, coincidente com os mandatos de FHC e Serra, relevados.

Dois pesos e duas medidas. A imprensa trata uns com justiça e outros com injustiça, Paulo, Verônica, Fábio e Luiz Claudio merecem o mesmo tratamento da imprensa, pois condutas diversas da diante de situações idênticas, aplicar a lei ou a regra com mais ou menos rigor de acordo com a conveniência é imoral e merece a nossa discordância expressa.
(Pedro Maciel- advogado/ via 247)