Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Recicladores de miséria


Quando o então prefeito petista, Edmilson Rodrigues, implantou o aterro sanitário do Aurá cercou a iniciativa de cuidados sociais pois sabia que ali milhares de famílias sobreviviam da catação do material reciclável que lhes garantia a sobrevivência.

Até utilizou a Granja Modelo, de propriedade da PMB para o cultivo de espécies botânicas, como um espaço onde os filhos e dependentes menores de idade daqueles catadores e catadoras utilizavam como creche/escola.

Veio, então, o voraz ladravaz D. Costa e com ele o velho estilo segregador de administrar da direita, aquele que desdenha do gasto social e mantém os recursos orçamentários à disposição de corporações empresarias, cujo uso quase sempre degenera do mantra liberal que anuncia geração de empregos e desenvolvimento econômico, transformando-se em engordas patrimoniais recorrentes, na mesma proporção em que gera miséria para os do andar de baixo.

Mesmo assim, o famoso Lixão do Aurá continuou gerando sobrevivência às famílias que moram no seu entorno e votos a candidatos e candidatas oportunistas, que nunca se deram ao trabalho de retribuir os votos recebidos daquelas comunidades com uma discussão decente sobre o que estava por vir, diante das novas demandas ambientais colocadas.

Veio a legislação federal que previa o fim dos lixões, porém, nunca o fim da atividade de catação para reciclagem. Antes, ao contrário, a lei garante a continuidade da atividade através da organização em cooperativas.

O larápio D. Costa apegou-se ao que vislumbrou como brecha legal para promover a mais cruel exclusão, transformando cooperativas de catadores de lixo que lhes garantisse a sobrevivência em cooperativas de catadores de dinheiro público. E o atual alcaide, com seu sorriso de aeromoça, mal disfarçou a crueldade adotada do antecessor.

Retardou o quanto pôde a adequação da capital paraense à nova legislação, enquanto maquinava um monstruoso pacto com outros prefeitos da região metropolitana, não por acaso tucanos como ele, que resultou na aquisição de um terreno em Marituba para a construção do futuro aterro, excluindo social, econômica e geograficamente a população do Aurá.

Até a presente data não se tem qualquer informação a respeito dos danos ambientais que porventura surgirão resultante da tenebrosa manobra de Zenaldo Lorota Jr. Nessas horas, desaparecem de circulação aquelas instituições barulhentas em outras ocasiões em que os governantes não fazem parte desse universo velhacamente compartilhado, inclusive aquilo que se convencionou chamar de Poder Legislativo.

Desgraçadamente, o resumo dessa ópera nos oferece mais uma situação em que triunfa a razão anti robinhoodiana, em que o "injusticeiro" da hora maquina sordidamente pra roubar dos pobres a fim de entregar aos ricos. Lamentável!

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