Gilmar Rinaldi, Eduardo Cunha, Giuseppe Lampedusa e a 'renovação' do futebol brasileiro

Que diabos vem a ser Conselho de Desenvolvimento Estratégico do Futebol Brasileiro, que o coordenador de seleções da Confederação Brasileira de Futebol, Gilmar Rinaldi, anunciou nesta quarta-feira, 1º, que a CBF irá criar reunindo todos os ex-técnicos da seleção, além de todo esportista que resolva dar pitaco?

De cara, parece a versão futebolística do Parlamentarismo vislumbrado pelo malsinado Eduardo Cunha. No caso de Cunha, o parlamento afasta-se do Executivo e passa a achacá-lo transferindo para ele, o Poder Executivo, todo o desgaste por cretinices do tipo orçamento impositivo,  nomeações sob o signo do fisiologismo político para estatais e coisas do gênero.

Já o Conselhão do Rinaldi, definido como tendo o " objetivo de diagnosticar o quadro atual do futebol brasileiro em diferentes óticas com profissionais de várias modalidades, criar um plano estratégico e a implantação do plano", ou seja, até profissionais do judô podem ser ouvidos, terá tudo para responsabilizar diagnósticos, desde que isto o absolva o tratamento dispensado ao "paciente". Esperto esse Gilmar, não?

Enquanto isso, a CBF continua sendo administrada seguindo orientação do padrão FIFA, que deu no que deu; nossa seleção continuará sendo a seleção dos patrocinadores, esculhambando qualquer calendário que privilegie os interesses do nosso futebol e as nossas competições de caráter nacional, até segunda ordem, subordinadas aos interesses comerciais de uma rede de televisão, mesmo que esta esteja envolvida até a medula com esse modus operandi que tanto prejuízo tem nos causado.

Parece que nada disso importa. Importa, sim, a sentença lampedusiana, usada mais na política brasileira do que na própria Itália, agora, ao que parece, aplicada no futebol como forma de mitigar o desnudamento da canalhice de uma chusma de cartolas que nos levaram a esse fundo do poço. Todos que de alguma forma fazem parte do universo do falido futebol nacional, a partir de agora, estarão obrigados a fazer as mudanças necessárias para que tudo continue como está.