"Mudar o voto- 34 na PEC do financiamento e 23 na da maioridade- está transformando a Casa do Povo em Casa das convicções efêmeras", diz o deputado Chico Alencar(PSOL-RJ).
No entanto, fazendo pouco caso do que é capaz o celerado Eduardo Cunha, seu partido avalia que a presença dos deputados Arlindo Chinaglia(PT-SP) e Júlio Delgado(PSB-MG) no meio dos que gritam contra essa situação calamitosa ora vivida pela Câmara Federal é decorrente da derrota à presidência da Câmara de ambos para Cunha.
É caso típico em que o malfeito é minimizado em sua gravidade apenas porque, lá atrás, o malfeitor foi visto publicamente em uma disputa justa e transparente(será?). De resto, um salvo conduto tão fuleira quanto as 'pedaladas' regimentais que resultaram no triunfo da vontade soberana do parlamentar/lobista.
Nesse passo, não será surpresa se o futuro trouxer de volta o passado golpista que promoveu a ruptura democrática em 1964. Afinal, quem mais apropriado nesse momento pra operar um golpe parlamentar?
Além disso, à medida que azedam as relações entre o Poder Executivo com a Câmara Federal, esta empenhada em operar escancarada e celeremente uma pauta que nos torne a antes da promulgação da Constituição Federal de 1988, percebe-se que Cunha é o "homem certo no lugar certo" como operador de mais esse passo do golpismo.
Resta saber se Renan Calheiros irá tão longe ou se está apenas ganhando tempo enquanto ajuda a promover a travessia de José Serra do PSDB ao PMDB. Depois, consolidada a troca, é provável que Renan- e Serra- cerrem fileiras contra o golpismo, engatando um discurso politicamente progressista, economicamente independente e socialmente sensível. E segue o préstito!
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