Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

terça-feira, 30 de junho de 2015

Orfandade à vista


Em tempos de espetacularização de vários processos judiciais, nada mais natural, embora igualmente indecente, do que a espetacularização midiática ao veicular notícias que deveriam obedecer um tom mais discreto. Como ocorre no caso da matéria do 'caladão do HSBC', Fernando Rodrigues, no caso da fatia publicitária destinada à Rede Globo durante os governos petistas(2003-2014).

A ênfase é em cima dos recursos bilionários dispendidos em 12 anos, sem ao menos referir quanto isso importa quando discriminado ano a ano. Também, o tal título esconde aquilo que se constitui no fato novo da notícia: a perda de recursos da mídia tradicional para a internet.

Mas uma coisa chama a atenção. No primeiro ano do governo Lula, quando o ministro das comunicações era o global Hélio Costa, a Rede Globo deitou e rolou recebendo 53% do total dos recursos destinados à remuneração da publicidade oficial, maior até que a do último ano de FHC, que foi de 49%.

Quem conhece minimamente como funciona uma engrenagem do serviço público percebe que isso deve ter chamado a atenção e a excessiva generosidade de Costa deve ter sido inibida pela Casa Civil, o que deve ter aumentado o ódio contra José Dirceu, alimentado desde o início por sua postura combativa contra o regime que criou e cevou a emissora que comanda política e midiaticamente a direita brasileira.

Porém, com bem menos recursos do que seu padrão estava acostumado, terminou o ano passado com 36% desse bolo. Pior que a Globo, provavelmente só a enlameada 'Veja', que chegou a ter R$ 43,7 milhões dessas verbas em 2009 (o seu recorde) e em 2014, desceu para R$ 19,9 milhões. Fica claro, então, que aquela capa lavada e enxaguada nas águas da delinquência, às vésperas do segundo turno entre Dilma e Aécio, era atitude desesperada contra a bancarrota que se aproxima, sem que a tempestade esperada por essas corporações máfio/midiáticas se abata sobre os governos petistas.

Pelo andar dos números, é quase certo que, ao final deste ano, o Portal UOL já tenha ultrapassado a degenerada revista semanal da Abril no quesito recebimento de recursos, já que no ano passado atingiu aos 70% da receita da famigerada revista, puxando outros portais e consolidando essa ferramenta eletrônica como um veículo poderoso de consulta. Pena que a informação a respeito dessa tendência seja acintosamente represada, seguramente porque esses veículos tradicionais vejam nisso um incentivo à troca de opções, embora saibam que isso é inevitável. Típicos escorpiões.

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